RIO – O poeta Ferreira Gullar, que morreu aos 86 anos na manhã deste domingo, deixou pronta uma coletânea de textos seus sobre artes plásticas. São artigos publicados na imprensa nas últimas décadas, mas que permaneciam inéditos em livro, selecionados pelo próprio autor
A obra está sendo preparada pela Editora Autêntica e será lançada em 2017, conta a editora Maria Amélia Mello. Para o ano que vem, também está prevista a reedição do livro infantil “Doutor Urubu e outras fábulas”, também pela Autêntica. A casa lançou o último livro inédito do autor, “Autobiografia poética e outros textos”, no ano passado.
Maria Amélia conheceu Gullar no final da década de 1970, quando começou a trabalhar na Editora Civilização Brasileira. Quando ela foi para Editora José Olympio, o poeta e sua obra a acompanharam.
Há duas semanas, ela visitou o escritor no hospital e disse que ele estava bem, mas a situação se complicou nos últimos dias. A editora destaca a coerência e sua participação na cultura e na política brasileira das últimas seis décadas.
— Do ponto de vista da cultura, da política, nunca se negou a dar opinião e se manteve muito lúcido. Às vezes polêmico, mas acima de tudo participativo — disse Maria Amélia. — Gullar era muito inteligente, muito talentoso, certamente um dos maiores poetas que o Brasil já teve. Um homem de uma coerência intelectual excepcional. Além de ser um homem humano, um cara de diálogo. Não era rancoroso, era bom de conversa. Não se enclausurou nem pela fama, nem pela urgência das coisas.
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