Melhorar a relação com o dinheiro e ampliar a cultura da poupança são fundamentais para fugir do super endividamento. “A mudança no comportamento de consumo é importante e deve começar logo. Dívidas tiram o sono das pessoas. A insônia baixa a imunidade e deixa o corpo suscetível a várias doenças, além de derrubar a produtividade no trabalho”, alerta Sônia Amaro, supervisora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). Todo ano começa com pagamento de tributos, como os impostos sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU), além de gastos escolares, como material e uniforme, no caso de muitas famílias. Para piorar, a conta de luz subirá ao menos 7,5% logo em janeiro. Isso sem contar com as férias, que sempre demandam despesas extras. Portanto, mais uma vez, é preciso se preparar e, de preferência, fazer reserva. Na avaliação de Marcelo Monteiro, especialista no mercado de recuperação de crédito e diretor de novos negócios da PH3A, o primeiro passo é a organização. “Só existem duas formas de sair do super endividamento: ampliando receitas e reduzindo gastos”, sentencia. O ideal é colocar tudo no papel, detalhando quanto entra de dinheiro e o total de gastos. “Se a conta não fechar, é hora até mesmo de se desfazer de bens para amenizar as dívidas”, aconselha. Trocar dívidas caras por opções mais baratas é uma alternativa inteligente, acrescenta Monteiro. “Cartão de crédito e cheque especial têm os juros mais altos do mercado, mas são linhas fáceis, estão sempre disponíveis. É aí que mora o perigo. O consumidor acaba recorrendo a elas, sem antes analisar a possibilidade de negociar empréstimos mais em conta”, pontua. Em situações consolidadas de super endividamento, não dá para fugir da negociação. O caminho passa por procurar o gerente do banco e buscar financiamentos com juros menores para pagar as dívidas maiores. O ideal, sustentam os especialistas, é fazer um empréstimo pessoal para cobrir os débitos com o cartão e sair do vermelho também no cheque especial. “Na reorganização, é fundamental buscar novas fontes de renda. E tentar alongar prazos para reduzir valores de parcelas, dando fôlego ao orçamento mensal”, ilustra Monteiro. Simone Kafruni , Diego Amorim
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