Em virtude de tantas imprecações que a Grande Mídia Brasileira lançou precipitadamente contra a
Copa do Mundo e contra o Brasil (no fundo esses ataques são dirigidos ao governo) temos o dever
imperioso de dizer algumas coisas a respeito e como o Povo Brasileiro agora passa a perceber o
papel da Grande Mídia dentro da construção da realidade e suas relações incestuosas com grupos
políticos de Oposição.
Psicólogos, antropólogos, sociólogos, neurocientistas e demais pesquisadores da área das Ciências
Humanas se quisessem fazer um estudo profundo sobre comportamentos derrotistas, certamente
teriam em nossa chamada Grande Mídia um conjunto de seres humanos ricos em conteúdos com
aquilo que denominamos baixa estima. O jornalista Carlos Odas, um dos poucos que não faz parte
da corrente dos detratores do País, diz o seguinte:
Eu, como sou latino, pobre e piegas – tudo de que a revista Veja se envergonharia de ser –, tenho me
comovido muito nessa Copa do Mundo – com a raça da seleção chilena; com a épica classificação
da Costa Rica; com a dignidade das seleções africanas, com jogadores de seleções modestas e sem
chance na disputa pela taça, mas que agradecem pela oportunidade de estar em um mundial. Gente
que é o que pode ser sempre me comove. Mas, sobretudo, tenho me comovido com o povo brasileiro.
O povo que rechaçou inequivocamente as ofensas a Dilma, que não se confunde com gente mal criada
e mal intencionada. Não somos preguiçosos, nem corruptos, nem incompetentes; mas temos uma das
elites mais antinacionais do planeta. Os meios de comunicação tradicionais pertencem a essa elite e
servem aos interesses dela, que não são os do Brasil.
O maior legado dessa Copa, em minha opinião, é imaterial: o resgate da imagem internacional do
país, tão vilipendiada pela nossa direita midiática, e o encontro de seu povo com a própria – e boa –
imagem. Não me admira que a revista Veja já o ameace; a parcela venal da imprensa brasileira só
não está falando mal do país durante a Copa porque está tendo de dividir espaço com a cobertura
internacional. Os correspondentes estrangeiros estão maravilhados com nosso País.
Quando os correspondentes forem embora, aí sim, começa a tarefa de desconstruir o maior legado
do evento – a nova imagem do Brasil no mundo. Tudo farão para tirar o sorriso da boca e o orgulho
do peito dos brasileiros; Isso será feito para que políticos antipovo tenham o sucesso eleitoral que
almejam. Eles precisam semear desesperança e ódio. Tentarão transformar o legado da Copa, o
material e o imaterial, em fatos negativos. Dirão que a Copa não resolveu os problemas sociais que
persistem, como se dela fosse esse o papel. Esquecerão que o caos que previram não veio e preverão
as mesmas catástrofes outra vez.
Jornalistas neoconservadores insistem na tese que os políticos de esquerda querem dividir a
Nação. Eis aí mais um equívoco de natureza antropológica e sociológica. O País está dividido
assimetricamente há centenas de anos e quem fez isso, foram os Centros de Decisões Políticas que
sempre se inclinaram para dar apoio a Senhores de Engenho, Usineiros, Barões do Café, Banqueiros
e todos os privilegiados da Corte, que nunca esconderam suas aversões pelo Povo e sua cultura.
Culpar esse ou aquele Partido pela perturbadora separação das Classes sociais é fácil, principalmente
quando se tem uma Mídia paga e predisposta a atender a esse tipo de interpretação. Difícil é
convencer o grande Povo Brasileiro que historicamente isso nunca existiu e que todos somos iguais.
O Povo aprendeu no dia a dia que existem alguns que são mais iguais que outros. Isso é triste.
Paulo Pires
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