Artigo: A COPA DO MUNDO E OS INJUSTIFICÁVEIS ATAQUES A UM PAÍS ENCANTADOR

 

Paulo-Pires 11

Em virtude de tantas imprecações que a Grande Mídia Brasileira lançou precipitadamente contra a

Copa do Mundo e contra o Brasil (no fundo esses ataques são dirigidos ao governo) temos o dever

imperioso de dizer algumas coisas a respeito e como o Povo Brasileiro agora passa a perceber o

papel da Grande Mídia dentro da construção da realidade e suas relações incestuosas com grupos

políticos de Oposição.

Psicólogos, antropólogos, sociólogos, neurocientistas e demais pesquisadores da área das Ciências

Humanas se quisessem fazer um estudo profundo sobre comportamentos derrotistas, certamente

teriam em nossa chamada Grande Mídia um conjunto de seres humanos ricos em conteúdos com

aquilo que denominamos baixa estima. O jornalista Carlos Odas, um dos poucos que não faz parte

da corrente dos detratores do País, diz o seguinte:

Eu, como sou latino, pobre e piegas – tudo de que a revista Veja se envergonharia de ser –, tenho me

comovido muito nessa Copa do Mundo – com a raça da seleção chilena; com a épica classificação

da Costa Rica; com a dignidade das seleções africanas, com jogadores de seleções modestas e sem

chance na disputa pela taça, mas que agradecem pela oportunidade de estar em um mundial. Gente

que é o que pode ser sempre me comove. Mas, sobretudo, tenho me comovido com o povo brasileiro.

O povo que rechaçou inequivocamente as ofensas a Dilma, que não se confunde com gente mal criada

e mal intencionada. Não somos preguiçosos, nem corruptos, nem incompetentes; mas temos uma das

elites mais antinacionais do planeta. Os meios de comunicação tradicionais pertencem a essa elite e

servem aos interesses dela, que não são os do Brasil.

O maior legado dessa Copa, em minha opinião, é imaterial: o resgate da imagem internacional do

país, tão vilipendiada pela nossa direita midiática, e o encontro de seu povo com a própria – e boa –

imagem. Não me admira que a revista Veja já o ameace; a parcela venal da imprensa brasileira só

não está falando mal do país durante a Copa porque está tendo de dividir espaço com a cobertura

internacional. Os correspondentes estrangeiros estão maravilhados com nosso País.

Quando os correspondentes forem embora, aí sim, começa a tarefa de desconstruir o maior legado

do evento – a nova imagem do Brasil no mundo. Tudo farão para tirar o sorriso da boca e o orgulho

do peito dos brasileiros; Isso será feito para que políticos antipovo tenham o sucesso eleitoral que

almejam. Eles precisam semear desesperança e ódio. Tentarão transformar o legado da Copa, o

material e o imaterial, em fatos negativos. Dirão que a Copa não resolveu os problemas sociais que

persistem, como se dela fosse esse o papel. Esquecerão que o caos que previram não veio e preverão

as mesmas catástrofes outra vez.

Jornalistas neoconservadores insistem na tese que os políticos de esquerda querem dividir a

Nação. Eis aí mais um equívoco de natureza antropológica e sociológica. O País está dividido

assimetricamente há centenas de anos e quem fez isso, foram os Centros de Decisões Políticas que

sempre se inclinaram para dar apoio a Senhores de Engenho, Usineiros, Barões do Café, Banqueiros

e todos os privilegiados da Corte, que nunca esconderam suas aversões pelo Povo e sua cultura.

Culpar esse ou aquele Partido pela perturbadora separação das Classes sociais é fácil, principalmente

quando se tem uma Mídia paga e predisposta a atender a esse tipo de interpretação. Difícil é

convencer o grande Povo Brasileiro que historicamente isso nunca existiu e que todos somos iguais.

O Povo aprendeu no dia a dia que existem alguns que são mais iguais que outros. Isso é triste.

Paulo Pires