[Crise, Mídia, Futebol] -, Oscar Wilde em certa época afirmou que o sarcasmo era a pior forma de humor, mas a melhor demonstração de inteligência. Realmente, para se criar uma boa frase sarcástica é preciso ter um bom raciocínio e ser criativo. Se irá magoar e sim divertir, tudo bem, a escolha será sua. Nessa batida a pergunta: para você qual o futuro da TV aberta diante das novas mídias e de tanta oferta de conteúdo para o espectador-assinante? Em tempos em que há que celebrar a família, casamento e o deus cristão eis que todas as redes de tv desse lugar estão a cortar custos revelando o iceberg de uma grande crise, agora sem as benesses do Estado. Ou seja, o velho dinheiro que salvou a “lavoura” que vinha do Estado, todo ele, agora, só se for de operações no sistema bancário, ou então de seus departamentos comercial ou da lucratividade de seus programas, muitos deles, se finando literalmente, por exemplo, Mais vocês, Vídeo show, no caso das organizações globo, e desativação de repetidoras dessas tvs na Bahia. A Record, talvez, seja a que menos sofre graças à injeção de centenas de milhões de reais anuais da Igreja Universal, que compra parte de suas madrugadas. Em curso novos tempos, ou um asteroide prestes a atingir o mundo da TV aberta, fechada também. O impacto será, tem sido inevitável. Fico a pensar, esse tipo de tv se parece com uma adúltera lapidadora não sendo correspondida, tentando saídas, ou seja, caricaturando de ideias, ou discussões como meios de notoriedade. “Em suma, não é que todos pensem da mesma maneira, é que a abundância e a técnica trariam ao Homem um “jardim de delícias”, que a própria natureza do nosso mundo veio a desmentir, e que tornariam as discussões um passatempo”. Ao falar de passatempo e o futebol? Os vários milhões destinados a esse passatempo no Brasil também se modificou. Agora, a quantia por desempenho será paga apenas ao final do campeonato. No modelo antigo, os contratos com a TV- dona do futebol era de valor fixo parcelada em 12 vezes. E mais: quem aparecer mais nas transmissões de jogos, obviamente receberá mais dinheiros…dos times de atuação no Brasil, quem aparecerá mais nessas transmissões? Um palpite…seria o Esporte Clube Vitória? Na outra ponta a dona do futebol no Brasil anuncia ou prepara a saída das transmissões dos principais campeonatos estaduais em 2020. Sem o dinheiro da emissora, haverá um colapso desses torneios, isso será questão de tempo –, a rede investe cerca de R$ 197 milhões por ano em dez estaduais, incluindo o Baiano, Paulistão, Cariocão, Mineirão e Gaúchão. A dona do futebol no Brasil Principal financiadora dos clubes com os direitos de transmissão, pede mudança radical no calendário do futebol brasileiro. Aqui pergunto: e o horário dessas transmissões, continuarão os mesmos? Um exemplo, a depender de onde o torcedor more, se o jogo for na quarta as 21h40, chegará em sua casa na quinta feira na madrugada para trabalhar mais tarde. É mole? Me parece não ser inteligente acabar com os estaduais, é preciso alternativas de financiamento, afinal, há aproximadamente 650 clubes profissionais de futebol no Brasil. Essa é a base futebol praticado por aqui. O concreto é que o futebol precisa ser protegido das investidas do capitalismo predador. O futebol, na atualidade, é um dos maiores negócios do mundo. Adotando os modelos das grandes corporações da sociedade capitalista contemporânea, os cartolas conseguiram criar um modelo de oferta de entretenimento altamente rentável onde os métodos são os mesmos utilizados no mercado para a produção, distribuição e venda de produtos e serviços. Simples neh? “E, esse império materialista do mercado, com sua grande mão invisível e também visível, absorveu praticamente todo o corpo social, acabando por imiscuir-se em setores antes imunes. Veja o exemplo dos esportes ditos amadores: A Olimpíada é, atualmente, um enorme negócio. E, claro, do futebol nem preciso repetir, porque faz muito tempo que a organização, local ou internacional, tem como meta o faturamento. A propósito, a Fifa, hoje, funciona como uma grande empresa franqueadora e licenciadora de produtos e serviços. E veja que interessante -, “Nas Ciências Sociais, nos anos 1960, o futebol era visto como alienante, como algo que atrasaria a luta social”. Hoje há uma outra visão sobre o futebol – uma visão digamos mais crítica, onde o coletivo social nesse setor produtivo está na ordem do dia. Nos parece que no futebol tudo ficou rigorosamente igual. Até o erro do juiz é igual. Não existe mais o erro original, aquele sobre o qual falaríamos no dia seguinte…ah, agora tem até o VAR, Colocado em funcionamento na Copa da Rússia, pela FIFA. É um sistema eletrônico de apoio à arbitragem conhecido pela sigla em inglês VAR (Video Assistant Referee). O VAR tem por objetivo, em tese, ajudar o árbitro central, no campo de jogo, a tomar decisão em lances considerados duvidosos. Pra fechar a tampa, abrindo outras: “Palmeiras e Athletico Paranaense não entraram em acordo até o momento com o Grupo Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2019 e, por isso, 52 partidas da competição não terão transmissão em nenhum canal. Os dois clubes não acertaram compromisso com TV Aberta (Globo) e pay-per-view (Premiere), apenas com TV fechada (Grupo Turner). Na temporada 2019, o torneio terá a estreia das transmissões da Turner/Esporte Interativo (via canais Space e TNT), o que dividirá os times e deixará a maior parte das partidas sem nenhuma emissora”. Mas há saídas: faço assim -, quando quero assistir o time do Esporte Clube Vitória jogar, pego um cabo de transmissão [HDMI] encaixo na saída de meu Notebook à entrada da TV, faço uma busca na internet…há uma porrada de canais de futebol sem ônus ou mensalidades, fica tudo resolvido. Ah, o mesmo vale para um montão de outros programas, principalmente os do campo a esquerda, filmes também! Estou livre dessas amarras, “do terrorismo que está à espreita. Precisamos de proteção, e em nome dela temos que abrir mão da liberdade. Enquanto isso, que tal comprar esse produto aqui ou aquele ali”? Me livrei desses entulhos, desses estultos.
Joilson Bergher, Professor de Filosofia, História e Metodologia do Conhecimento Superior.
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