SOMOS ASTRONAUTAS VIAJANDO A 109 MIL KM POR HORA,
Tenham como certo que nossa velocidade real no espaço sideral é assombrosamente maior que a velocidade acima.
Este curto ensaio é um dos meus raros ensaios que foi escrito com antecedência ao título, Pois o título me veio depois de escrito o texto, visto que o assunto do texto já tinha sido escrito e abordado numa carta que fiz em outubro de 2005 a minha enteada, Elizângela Lima Melo, na época ela residia no país Basco no norte da Espanha na cidade de Irum, e vivia sempre cortando o atlântico pelos ares, pra lá e pra cá. O que faço agora é somente uma transcrição da carta em apreço, e com algumas correções necessárias, já que ela passa para o domínio público.
CARTA PARA ELIZÂNGELA LIMA MELO
Prezada Liz neta de Bilu, o filósofo e inventor.
Quando cheguei em Conquista tua mãe me disse que tinhas completado um aninho a mais, envolvido com outras questões me esqueci de te mandar prontamente um e-mail parabenizando-te, acho que ainda está em tempo, por falar em tempo e em viagem. Filosofemos! O quanto viajamos em nosso existir, embora não saiba tua idade! Nunca se sabe a idade das mulheres e, não é de bom tom procurar saber. Portanto vamos às viagens, Você já pensou o quanto já viajastes até o dia de hoje?
Vou te ajudar a fazer este cálculo, vais ficar assombrada! Preclara Elizângela eis tua ascendência paterna na linha materna, sois neta de Eurides Gusmão Figueira e bisneta de Odilia Correia de Melo, (Mãe Neném), e de Vovó Maricota Gusmão, e por sua vez, trineta de Raquel Andrade Santos Correia, e de Laodicéia Gusmão, tida como a mulher mais valente de Conquista, você sabia que Dona Laodicéia Gusmão tua trisavó retirou um Juiz da Justiça de Conquista “debaixo da saia” (que, na época era uma maneira de dizer, “sob sua proteção”)! Isto consta nos anais da história de Conquista.
Liz, nós somos verdadeiros astronautas, vejamos! Devido a imensidão da quilometragem já percorrida pela filha de Edimar Figueira, “o cuspidor nos dedos”, não vou considerar nem mesmo todas as viagens que fizestes do Capinal para Conquista e vice-versa quando do teu tempo de estudante, Lembras-te que eu vos transportei muitas vezes (aos três: Liz, Thi e Teteu), também não vou considerar as viagens que fizestes de ida e volta à Itacaré, nem mesmos todas as viagens que fizestes de ônibus em toda tua vida, não vou considerar na tua senda de viajante, nem mesmo as viagens que fizestes sobre o Atlântico, nestas tuas idas e vindas da Espanha. Estes percursos são insignificantes se comparados com o que realmente já viajastes.
Vamos aos cálculos! Não levando em conta, ou abstraindo a diferença existente entre a circunferência do equador terrestre e a circunferência na latitude de 14 graus na qual está inscrita nossa cidade de nascimento (Vitória da Conquista). A cada dia de 24 horas você viaja (40.074.789,00), (quarenta mil e setenta e quatro quilômetros e setecentos e oitenta e nove metros), isto Liz! Por dia! Ao multiplicarmos por 365,25 dias do ano, nos dá uma viagem anual de (14.637.316,682) (quatorze milhões seiscentos e trinta e sete mil e trezentos e dezesseis quilômetros e seiscentos e oitenta e dois metros).
Esta viagem você fez até hoje, só acompanhando as voltas que a Terra dá em volta de si mesma.
Cara Liz, todavia o fazer cálculo sempre foi enfadonho, (salvo para os matemáticos), mas, no entanto, falta calcular quantos quilômetros você viajou acompanhando a Terra na sua trajetória ao redor do Sol, isto por ano. Elizângela, Irmã de Matheus, o puro, de imorredoura lembrança. Vou te orientar e te mostrar o quanto viajastes pelo espaço sideral acompanhando o Sol, como intrépida astronauta, indiferente e garbosa a pilotar o planeta terra.
Vejamos estes números! Como a Terra está a uma distância média do sol, equivalente a (150 milhões de Km) teremos então um diâmetro orbital de (trezentos milhões de Kms). Ora! Multiplicando o valor do diâmetro orbital por pi = 3.1416…. teremos (300.000.000xpi)= (942.477.960,769) = (novecentos e quarenta e dois milhões quatrocentos e setenta e sete mil e novecentos e sessenta quilômetros e setecentos e sessenta e nove metros). Isto por ano Liz, filha de Solange. Que somados aos anuais (14.637.316,682), que todo ano viajas nas 365,25 voltas que a Terra dá sobre si mesma.
Perfazes assim, portanto, ( 957.115.277,451) quilômetros anuais, Cara Liz irmã de Thiago. “O sério”, Mestre em fitotecnia pela UESB. Prezada Elizângela, foi por isto que dispensei aquelas viagenzinhas que fizestes aqui em cima do planeta, comparadas com estas viagens siderais; são umas insignificâncias! Considerando que já estou com 65 anos e mais alguns meses, nem quero fazer o cálculo de quanto já viajei. Com certeza! Eu sim, sou um viajor velhíssimo, e um empedernido astronauta.
Liz, multiplique estes 957 milhões de quilômetros pelos anos da tua vida, e verás o quanto já viajastes.
Caríssima Liz, sabemos que existem mais “três” movimentos notáveis que não citei ainda. E mais dois outros que também não serão calculados aqui! Nos “três” movimentos citados acima, o primeiro é o do Sol em seu giro pelo espaço sideral, indo na direção da estrela “Vega” da constelação da “Lira”, o segundo é o movimento que nós, juntamente, com a terra e o sol fazemos acompanhando a nossa galáxia em sua rotação de 360 graus, que é feito em 220 milhões de anos solares. E o terceiro é o movimento que a galáxia faz na direção de galáxia Andrômeda, com a qual nos chocaremos em sete bilhões de anos. E mais dois outros que também não serão calculados aqui! Movimentos estes que estão inseridos no nosso grupo local de galáxias, um na rotação deste grupo de galáxias, e o outro na expansão do Cosmos descoberto por Hubble em 1929 e confirmado em 1932 -. Estes estes dois últimos movimentos geram velocidades assustadoras! Sobre estes falo contigo pessoalmente, pois são conceitos que requerem uma penetração mais profunda nos conceitos modernos de astronomia e cosmologia. Mas, tenho certeza de que, você como, filha de Edimar Figueira, sobrinha de Elomar Figueira, e neta de tio Bilu, pega isso num piscar de olhos…
Cara Liz não sei se você tem falado com o Dionísio, o “Basco”, nunca mais falei com o mesmo, Soube que Dona Engrácia faleceu, minhas condolências extensivas à família.
Desconsidere ou “desconstrua” a brincadeira astronômica que ora faço contigo,
Agora vamos ao cálculo da velocidade horária citada no título deste ensaio: Ora! Se em um ano nós viajamos 957.115.277.451/365,25) = 2.620.438.815km por dia, que divididos por 24 horas = 109.184.950 que corresponde à velocidade horária citada no título deste ensaio.
Portanto, cara Liz, estamos viajando a mais de 109 mil quilômetros por hora, e ninguém percebe isto!!!… O que não nos deixa perceber a velocidade com que viajamos como astronautas pelo espaço sideral a fora, simplesmente, é a força de gravidade que sobre nós é exercida pela massa do planetinha azul. Que estamos desapiedadamente e paulatinamente destruindo. É por causarmos esta destruição danosa e irreversível à nossa única morada, que julgo que a humanidade, nada mais seja que, uma manada de animais, sem nenhuma ofensa aos nossos inocentes irmão animais, já condenados à extinção, assim, como nós também o estamos.
Conquista 16 de outubro de 2005,
Texto revisado em 27 de setembro de 2013
Edimilson Santos Silva (Movér)
Agora vamos à poesia que fiz pra Elizângela.
ELIZANGEANAS II 042
Liz, a mais bonita e mais charmosa neta de Bilú.
Sonhaste!
E toda a casa se perfumou!…
Choraste, e a todos entristecestes!…
Tu perfumas o caminho por onde pisas!
E enches de luz nossa escuridão…
Choraste!
Enchendo de dor nosso existir!…
E de tristeza nosso caminhar!
Ninguém mais vai poder sorrir!…
Sorriste!
E todos voltaram a se alegrar!…
Pois vives a vida com intensa paixão
Partiste, e deixaste o odor do teu passar!…
Quando chegaste!
A alegria chegou contigo
E toda a casa se iluminou!
Trouxeste teu ânimo
Que a todos contagiou…
Quando partiste!
A sala tão pequena ficou imensa
Foi a tua ausência que a aumentou…
O Sol que todo dia estava presente
Sumiu do céu! Será que te acompanhou?
Correndo os céus a te perseguir?
Ou fugiu de quem tristonho ficou?
E se ele seguiu o teu rastro, pra te aquecer!
Ou sumiu de tristeza, te vendo partir!
Deixando a nós todos, num só padecer!…
Liz, se a saudade apertar…
Não te esqueças dos versos que dizem assim!
Venha ligeiro, pule o oceano pelos ares!
Traga bem faceiro teu espírito mais risonho,
Vem! Feche teus olhos e atravesse os mares!
Pois em Conquista tu terás, alegrias sem fim…
Vitória da Conquista, Ba. – 03 de fevereiro de 2007
Edimilson Santos Silva Movér_
Esta carta e a poesia foram tornadas públicas com autorização da Senhorita Elizângela Lima Melo.
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