Não muito distante, há dez anos, no governo carlista, assistimos e vivenciamos “repressão e truculência” da tropa de choque da PM, em Salvador, que invadiu o campus da UFBA, para reprimir manifestação de estudantes e lideranças contrárias ao sistema político vigente. Foi para romper com esta lógica e com estas práticas que os movimentos sociais e demais organizações da chamada sociedade civil, no bojo da mobilização pelo fim da Ditadura Militar e pela democratização do Brasil, iniciaram ampla mobilização em torno dos direitos humanos e de cidadania.
Ainda assim, na Bahia voltamos a assistir a “repressão” do governo Wagner (PT), não física, como a anterior, mas moral, aos 60 mil estudantes, professores e funcionários das universidades estaduais baianas, que democraticamente lutam pelos seus direitos vitais, há dois meses.
É dever do Estado garantir acesso mais democrático ao ensino superior, público e gratuito, não apenas para garantir que direitos sociais sejam viabilizados, mas para que a Bahia possa avançar na construção de conhecimento e de novas estratégias para lidar com os desafios do mundo contemporâneo.
Valorização dos profissionais de educação! Deveria ser o marco de todo governo cidadão, ético e comprometido. A luta continua para defender a mudança do paradigma da atual educação, que ainda passa por um resgate do reconhecimento e respeito da importância social dos profissionais da área. Continua também pela promoção do aumento salarial e investimento na melhoria das condições de trabalho.
Docentes, estudantes e funcionários acamparam na Assembléia Legislativa da Bahia, na esperança de serem “vistos e reconhecidos” na “casa” dos deputados e deputadas, como uma importante categoria, para dialogar e talvez seguir novos rumos, todavia, uma decepção. Destaco: não apoiaram o movimento, que é justo e legítimo. Partidos como PT, PCdB que cresceram às margens do sindicalismo, em obediência ao governo, abandonam e ignoram a luta da educação na Bahia.
Professoras e professores: indispensáveis?
Sem negociação, sem salários, os educadores e funcionários estão sendo punidos de diversas formas de negação da essencialidade humana, ou seja, minimamente da dignidade e liberdade. Estão em condição especialmente difícil de negligenciados, discriminados, explorados, com seus direitos massiva e sistematicamente ameaçados e violados, na sua dignidade humana.
Se fizermos uma enquete na Bahia, a população apoiaria e diria SIM ao Movimento justo de protestos pela revogação do decreto 12.583/2011, que estabelece cortes nos orçamentos das universidades baianas e impossibilidade de reajuste salarial – parte do plano de enxugamento de orçamento anunciado pelo governo baiano no início de fevereiro, que visa a diminuir em R$ 1,1 bilhão os gastos da administração pública este ano.
13.070.250 de baianos querem, sim, Educação Pública de qualidade, precisam, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e do respeito do Governo Wagner.
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