A situação é muito grave em Vitória da Conquista com a infiltração de milicianos e membros de facções nas vans que, de forma clandestina, sem fiscalização e regulamentação, rodam na cidade transportando passageiros.
A denúncia, divulgada no blog “Sudoeste Digital” pela repórter Jussara Novaes, partiu do Conselho Comunitário de Segurança Pública da Indústria, Comércio e Entidades Afins de Conquista, que enviou documento ao prefeito Herzem Gusmão advertindo sobre a questão.
A irregularidade facilita o tráfico de drogas e a cobrança de pedágio para donos de veículos interessados em explorar a atividade que passou a proliferar em Conquista com a crise das duas empesas de ônibus (Viação Vitória e a Cidade Verde) que fazem o transporte coletivo mediante concessão da Prefeitura Municipal.
Ainda de acordo com a matéria, uma fonte militar também confirmou que milicianos e traficantes, especialmente de São Paulo, estão de olho nas brechas deixadas pela falta de regulamentação do transporte público feito através de vans, mais de 600 em situação irregular.
No último dia 13 de abril, numa sessão da Câmara Municipal, o vereador pelo PT Coriolano Moraes fez um contundente pronunciamento sobre o grave problema. Na ocasião, apelou para que a Casa tome providências junto ao executivo municipal de maneira a controlar essa prática delituosa.
Segundo Coriolano, a população que já está há tempos sofrendo com a escassez de ônibus na cidade, corre sérios perigos porque termina optando por este tipo de transporte para trabalhar e realizar suas obrigações diárias. O vereador, que já fez várias denúncias sobre o transporte coletivo em Conquista, declarou que o sistema está falido e que a prefeitura a tudo assiste de braços cruzados.
A denúncia do Conselho Comunitário (Conseg) destacou que centenas de vans, de forma clandestina, estão rodando com películas escuras em seus vidros e lotação acima do permitido para bairros mais afastados do centro. O número desses veículos é quatro vezes maior que os 171 ônibus das duas empresas, mas a prefeitura estima em cerca de 200.
O Conseg aponta que o interesse dos milicianos e membros de facções estaria ligado à rentabilidade dos clandestinos que seriam obrigados a pagar pedágios para entrar em itinerários rentáveis. Além de não pagarem taxas, essas vans ameaçam a concorrência e não têm responsabilidades em caso de acidentes com passageiros.
No documento, o Conselho adverte as autoridades públicas com relação ao atual momento que o transporte irregular de passageiros tem se expandido pela cidade. Diz que existe a formação de grupos que disputam áreas de acesso, realizando cobrança de pedágios, para circulação em alguns bairros
No ofício encaminhado à prefeitura, o Conseg cita que a falta de regulamentação facilita a ação de traficantes e demais criminosos, pois, por falta de padronização, muitos veículos possuem películas escuras aplicadas em seus vidros.
Além dos bairros da zona oeste (Brasil, Kadija, Patagônia e conjuntos habitacionais), estes carros clandestinos também rodam na zona leste, como Guarani, Vila América e Candeias até a Universidades Estadual do Sudoeste da Bahia –Uesb.
Adverte o documento que o transporte irregular também gera prejuízos para os cofres da prefeitura que deixa de arrecadar impostos devido a falta de fiscalização. A entidade menciona a crise enfrentada pelas duas empresas licitadas, sobretudo pela diminuição de passageiros para as vans. As pessoas que têm serviços gratuitos também são prejudicadas.
Em entrevista numa rádio, o prefeito Herzem Gusmão se referiu ao ofício do Conseg e culpou as gestões passadas do Partido dos Trabalhadores pela situação gerada nos transportes coletivos. Disse que durante 20 anos o PT quebrou cinco empresas de ônibus de Conquista, facilitando assim o transporte clandestino que surgiu com força e descontrole no governo passado. Por fim, afirmou que o governo não está alheio ao problema.
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