A AIDS é a sigla em inglês da Síndrome de Deficiência Imunológica Adquirida. É causada pelo vírus HIV, detectado na década de 1980. O vírus ataca as células do corpo o qual fica vulnerável a várias doenças oportunistas que se aproveitam do sistema imunológico agravado pela doença para fragilizar, ainda mais, o paciente.
Assim que surgiu a notícia do diagnóstico da AIDS e dos fatores de sua contaminação, disseminação e gravidade do problema, houve pânico geral. A doença foi encarada como uma sentença de morte aos aventureiros dos prazeres da sexualidade e dos infectados, por tratar-se de uma enfermidade sem cura, apesar dos controles adotados.
O sexo era praticado livremente, por muitos, em ambientes propícios. Esse grupo considerado como fator de risco, como método de prevenção, passou a utilizar o preservativo.
Certo boêmio fazia da bebida o seu passatempo. Frequentava lugares de sua predileção se sentia à vontade apesar das críticas e recriminações, para a alegria de um bate-papo diversificado.
Ao casar-se aboliu as investidas lúbricas, por medo de contrair AIDS e retransmiti-la à parceira, tornando-se monogâmico. Fazia amor sem a camisinha em comum acordo com a esposa que depositou confiança no companheiro, entendendo que o marido iria se comportar dignamente como um exemplo de fidelidade, tendo a certeza de não se infectar por leviandade do seu homem.
Em decorrência de uma alergia que era portador, o sujeito não usava perfume. Em razão disso a mulher também deixou de usá-lo. Certa feita, por uma discussão banal, eivada de caprichos, o casal deixou de se falar e a se evitar (crise matrimonial). Passava um pelo outro em silêncio angustiante. Ambos esperavam pela iniciativa do parceiro para fazer as pazes.
O marido recorreu a um ardil infalível, certo de que o ciúme da mulher a acometeria de raiva. Comprou um vidro de perfume e todos os dias, antes de sair, pela manhã e à noite, se perfumava, ou melhor, tomava um banho de perfume. A esposa o olhava de soslaio enfurecida, até que, em determinado momento, com receio de que o marido estivesse se relacionando com outra pessoa, não se agüentando mais de ciúme, explodiu alucinada perguntando: ─ Para quem você está usando esse perfume que nunca usou, alegando alergia? Em resposta ouviu o desabafo do marido: ─ Para você, meu bem! Para quem mais seria?
Diante desse romance psicológico que viveram se entenderam e fizeram as pazes. A sopa caiu no mel e a felicidade voltou a reinar no lar abundante de amor e prazeres físicos que constituem um dos objetivos da vida.
É imprescindível que não se adote o curso ditado pela ira, mas aquele sugerido pelo bom senso, interpretado por um colóquio mútuo de esclarecimento dos fatos.
É conversando que se entende!
Antonio Novais Torres
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