(Sonhos que nunca entendi!)
Donde vim?
Isto, eu não sei…
Para onde vou?
Isto, jamais saberei…
Vim, de eras remotas, por trilhas ignotas, eu percorri,
Arrostando, mundos, de velhas, lembranças, ali andei,
Carcaças, antigas, de meus ancestrais, eu sei que vi,
Cavernas, antigas, escuras, mal cheirosas, ali pintei.
Um couro, antigo, como agasalho, a me proteger,
Um estaleiro, perigoso, desequilibrado, ali finquei,
Animais, bocas, ferozes, escancaradas, ali notei,
O facho, apagado, a escuridão, o medo, de morrer.
Um ser acuado, um amigo ausente, a tinta na mão,
O medo terrível, o roncar das feras, venha salvação!
O raiar do dia, o fugir da noite, já cansado, e eu sozinho,
Um gritar, lá fora, um sorrir, cá dentro, era o vizinho.
Outros chegaram, expulsando as feras! E eu rezando,
Deixei as pinturas no coração da terra, alegre a sorrir,
Tintas, da terra, e da casca de pau, as mãos sujando,
Saí da caverna! Ainda vivo, e de novo, vi o sol luzir.
Pintar, tetos, paredes, é escrever, para o mundo,
Deixando, o recado, nas pinturas, aqui passamos!
Somos seres, inteligentes, só vivemos, por um segundo,
De onde viemos, para onde vamos, nisso nem pensamos.
No coração, da terra, eu juro, que não, pinto mais,
Nem que, o tempo apague, eu só pinto, cá fora,
Vou pintar, os campos, as aves, todos os animais!
Saí da caverna! Tinta na mão! E de lá fui embora…
Por que os homens pintores,
Repentinamente abandonaram as cavernas?
Na Espanha: Altamira, El Castillo, Bustillo e outras, em França: Lascaux, Chauvet, Les Eyzies, Montgnac, Niaux, Valon-Pont-d’Darc, é verdade que foram abandonadas para sempre, e que nalgumas não pintaram! Mas, alí, moraram…. suas histórias estão alí guardadas para sempre! Foram nossos avôs! Nossos antepassados.
Vitória da Conquista, 10 de abril de 2009
Edimilson Santos Silva Movér
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