Em 2006 durante sua campanha eleitoral Jaques Wagner estabeleceu contato com associações de de policiais militares da Bahia. Prometeu a eles uma série de benefícios, gratificações e incorporações. Os PM’s fecharam com o candidato garantindo-lhe total apoio. Mal sabia ele que estava criando uma bomba-relógio. Após a inesperada vitória, devida em grande parte às alianças costuradas pelo então deputado Geddel Vieira Lima, Wagner descobriu que as promessas feitas aos PM’s eram inviáveis de serem cumpridas. Por uma questão de receita era impossível reajustar salários e incorporar benefícios a policiais, servidores e professores. Justamente por isso que o governador Paulo Souto e seus antecessores não haviam feito.
Durante seus 6 anos de governo, Wagner foi protelando o diálogo com os policiais. O vulcão estava em processo de erupção. Após várias tentativas de diálogo os policiais militares partiram para última forma de solução do problema, a greve. A bomba-relógio explodiu. O governador que foi eleito com um discurso demagógico e inconsistente, se vê diante de um problema criado por ele mesmo. O que se vê agora pelo grande público é o retrato do despreparo para enfrentar situações adversas. O mesmo que já vinha acontecendo diante de outros problemas como a queda da arrecadação fiscal, perda de empresas para Pernambuco, evasão de investimentos e deterioração da saúde pública.
Jaques Wagner estava em Cuba quando Marco Prisco, líder do movimento grevista, ao invés de retornar à Bahia preferiu anunciar que iria agir energicamente contra os policiais. É o cúmulo da incoerência para quem chegou na Bahia vindo do Rio em 1972, fugindo da repressão.
José Nunes Neto, estudante de Jornalismo da Uesb.
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