As Comemorações do dois de julho na Bahia

Desfile do Dois de Julho de 2006mnm
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Fragmentos da históira do Brasil surgida na Bahia.
Dois heróis anônimos fazem parte do panteão do 2 de Julho. O Caboclo aparece em 1824, quando a população, para comemorar a vitória, enfeita uma carreta tomada do inimigo em Pirajá e desfila com um índio da Lapinha ao Terreiro de Jesus.A imagem atual foi esculpida em 1826 e desfila até os dias de hoje. A Cabocla só surge no desfile em 1846. As elites tentaram trocar o índio agressivo pela índia meiga, inspirada em Catarina Paraguaçu.

A resistência popular não permitiu e as duas imagens participam do cortejo. O Caboclo vestido como guerreiro, matando a serpente com sua lança, e a Cabocla Catarina acolhendo o português Diogo Álvares Correia, o Caramuru.

O 2 de Julho sempre foi tenso em Salvador. As comemorações, durante o Império, incluíam o que os soteropolitanos chamavam de “mata-marotos”, ou saques às casas dos portugueses.

Na República, as elites baianas chegaram a retirar os caboclos do desfile, mas sempre que isso acontecia a população não participava da festa, que se esvaziava, organizando o desfile em outras datas.

Nas comemorações do centenário, em 1923, os caboclos não desfilaram. Para que a festa não se esvaziasse, colocaram no cortejo a imagem do Senhor do Bonfim.

Apesar da pressão, a tradição popular resistiu ao longo dos anos e os caboclos continuam a desfila rno 2 de Julho. “Chorar no pé do Caboclo” tornou-se jargão do baianês para representar uma reclação ou queixa.

PERSONAGENS

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JOANA ANGÉLICA

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THOMAS ALEXANDER COCHRANE

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PEDRO LABATUT

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CABOCLOS

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MARIA FELIPA DE OLIVEIRA

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MARIA QUITÉRIA

CRÉDITOS

COORDENAÇÃO: ANA CAROLINA CASAIS

DESIGN E MONTAGEM: LARUAMA BRANDÃO E MARCO PRADO

TEXTOS: MARCOS VENANCIO

FOTOS DA ABERTURA:

ENTRE O BRASIL E A BAHIA:
AS COMEMORAÇÕES DO DOIS DE JULHO
EM SALVADOR, SÉCULO XIX
*
Hendrik Kraay
Todo ano, os moradores de Salvador, a segunda maior cidade do Bra-
sil imperial (1822-1889), tiravam alguns dias de férias no início de julho
para comemorar a expulsão das tropas portuguesas em 1823. O Dois de
Julho era a primeira festa cívica da Bahia oitocentista, muito mais im-
portante do que o Sete de Setembro e os outros feriados imperiais, abo-
lidos pela República em 1889. Um complexo conjunto de ritos tanto car-
navalescos quanto didáticos, o Dois de Julho formava uma representa-
veja mais neste link : http://www.redalyc.org/pdf/770/77002303.pdf