Com o apoio do Ministério dos Transportes, o governo da Bahia prepara uma nova proposta para tentar tirar do papel a concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul de Ilhéus, projetos que somam R$ 9 bilhões em investimentos, mas que hoje não têm uma data efetiva para entrarem em operação. A previsão é de que, até meados de abril, estejam concluídas a modelagem financeira da concessão e a minuta do edital para que ferrovia e porto sejam concedidos como um único empreendimento à iniciativa privada. A expectativa é de que, em maio, as propostas sejam enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), para aprovação dos projetos e realização do leilão. Não será fácil. Desde março passado, os projetos da Fiol e do Porto Sul são analisados pela China Railway Engeneering Group (Creg), gigante asiática que tem comprado projetos logísticos na América do Sul. Uma carta de interesse foi assinada pelos chineses, o que na prática não significa nada, uma vez que os empreendimentos seriam oferecidos para qualquer interessado. Para deixar os projetos mais atrativos, o estudo de viabilidade técnica e econômica vai estabelecer gatilhos de investimentos. A exemplo das concessões de rodovias, que passaram a prever obras de duplicação, a Fiol será dividida em partes e só avançará conforme metas estabelecidas no contrato. Plano. O plano prevê que um trecho de 500 km entre Ilhéus, onde será construído o Porto Sul, e Caetité, na região mais central da Bahia, seja o primeiro a ser concluído. Uma segunda etapa, de outros 500 km, avançaria até Barreiras e, finalmente, em um terceiro momento, se ligaria à malha da Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO). Na última semana, representantes do governo baiano estiveram em Brasília para tratar do assunto. A ferrovia, que hoje tem suas obras tocadas pela estatal federal Valec, enfrenta problemas crônicos de orçamento e paralisações, com quase quatro anos de atraso já acumulados. O custo saltou de R$ 4,2 bilhões para R$ 6,4 bilhões. O Porto Sul, que levou anos para atravessar um calvário ambiental, era uma das estrelas do falecido Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Até hoje só existe nos planos do governo baiano. As informações são do Estadão.
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