Para parceira de Ágatha, alemãs Ludwig e Walkenhorst tiveram como diferencial para chegarem ao ouro a melhor adaptação ao vento forte durante a final, em Copacabana
Assim que a final da chave feminina do vôlei de praia começou, o vento deu as caras no início da madrugada desta quinta-feira, na arena, em Copacabana. Parecia que a natureza estava esperando para interferir no duelo entre Ágatha e Bárbara e Ludwig e Walkenhorst. As brasileiras fizeram um bom primeiro set e equilibraram as ações, apesar do revés por 21/18. Na segunda parcial, porém, as alemães dominaram completamente as ações e caminharam com facilidade rumo ao ouro, com um triunfo por 21/14, que rendeu a vitória por 2 sets a 0. Sem conseguir segurar o choro após a derrota, Bárbara disse que as novas campeãs olímpicas souberam lidar melhor com o vento.
– Esse meu desabafo é porque a gente jogou menos hoje. Elas aproveitaram melhor o vento e elas mereceram a vitória. Por outro lado, estou muito feliz e orgulhosa por nossa trajetória e por tudo que a gente fez. Sensação de dever cumprido. Sou muito agradecida a tudo que a gente viveu e construiu – comentou Bárbara.
Com a medalha de prata no peito, Bárbara disse que, apesar da derrota na grande decisão, ela e Ágatha têm muito o que comemorar:
– A gente está muito orgulhosa. Realmente, o fato de ter chegado nesta final foi um marco. A gente acreditava muito no nosso potencial e não conseguiu colocar em prática tudo neste jogo. Eu acho que as alemãs aproveitaram melhor as condições e as oportunidades para jogarem melhor. Essa prata é maravilhosa para nós e para nosso país. Nestes anos todos, tivemos muita luta, muito suor e muita entrega. Nós demos o máximo e estamos muito tranquilas em relação à isso. Tenho certeza que o Brasil está orgulhoso da gente também.
Após jogar com dez parceiras diferente até formar dupla com Bárbara no fim de 2011, Ágatha lamentou a derrota na decisão contra Ludwig e Walkenhorst, mas fez questão de exaltar a conquista da prata, a sua primeira medalha olímpica após anos de luta.
– Acho que eu e Bárbara ainda não realizamos, não percebemos todo esse feito. Acho que a gente vai perceber aos poucos. A nossa concentração, toda busca pelas nossas metas: primeiro conquistar a vaga, ter conseguido, todo planejamento até chegar aqui, aí dentro dos Jogos todo trabalho foi muito grande. A concentração foi muito grande mesmo. Acho que agora que acabou, conquistamos essa medalha de prata, vamos perceber que a gente realmente conquistou. Acho que agora ainda não dá para perceber. Vamos perceber aos poucos – disse a experiente jogadora de 33 anos.
A trajetória de Ágatha e Bárbara no rio
Ágatha e Bárbara iniciaram o campeonato olímpico na mítica Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, considerada o berço da modalidade, com o pé direito. Venceram Hermannová e Sluková, da República Tcheca, por 2 a 1 (19/21, 21/17 e 15/11); depois, bateram Ana Gallay e Georgina Klug, da Argentina, campeãs do Pan de Toronto 2015, pelo placar de 2 a 0, parciais de 21/11 e 21/17; Ainda na fase de grupos, perderam para as fortes Elsa e Liliana, por 2 a 0 (21/17 e 20/22). Dessa forma, passaram em segundo lugar para as oitavas de final.
Na primeira fase do mata-mata, vitória fácil sobre Wang e Yue, da China, por 2 a 0 (12/21 e 21/16). Nas quartas, jogão contra Ukolova e Birlova, da Rússia: 2 a 0 (23/21 e 21/16). Na semi, a inesquecível vitória sobre a tricampeã olímpica Kerri Walsh e sua parceira April Ross, por 2 a 0 (20/22 e 18/21), em uma verdadeira aula de energia, de determinação, de técnica e de voleibol. Na decisão, não repetiram a atuação do jogo anterior e perderam para Ludwig/Walkenhorst. Dessa forma, conquistaram a medalha de prata.
Fonte: Globo Esporte
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