Câmara reduz em 40% gastos com energia elétrica

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Uma análise rápida nos gastos com água e energia elétrica e uma constatação – é preciso reduzir os custos. Foi a partir dessa equação simples que a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) iniciou, no mês de junho, um projeto buscando redução de gastos e sustentabilidade em suas contas. O primeiro vilão a atacar foi a conta de luz. Até agora 50% das lâmpadas tradicionais foram substituídas por iluminação LED, mesma tecnologia utilizada nos chips dos computadores, e que tem a propriedade de transformar energia elétrica em luz.

Os resultados logo apareceram. Em cinco meses a conta diminuiu 40%. Segundo Junior Felix, administrador da Casa, no mesmo período, a instituição obteve o retorno do investimento. A expetativa é substituir 100% das lâmpadas antigas por LED até o final do ano. “Em cinco meses a gente pagou o investimento total. Na verdade, agora só estamos colhendo os lucros”, detalhou.

Já o presidente da Câmara, o vereador Gilzete Moreira (PSB), explicou que mais que economizar, o Legislativo quer também ser um exemplo para a sociedade. “Nós somos um órgão público, administramos recursos públicos, temos que buscar sempre a eficiência e a sustentabilidade. É nosso dever. Queremos também dar o exemplo. São medidas que qualquer um pode copiar em sua casa ou empresa”, falou.

Redução – O escritório do administrador da CMVC, uma sala de seis metros quadrados, apresentava um gasto de 120 KW/h. Com a troca, o consumo baixou para 20 KW/h. Ele explicou que a energia consumida pelo LED é revertida em iluminação e não em calor, consequentemente não desperdiça energia. Além disso, esse tipo de iluminação traz mais conforto para a visão. Outro benefício foi o fim das quedas de energia no quarto andar da Câmara. “Usávamos lâmpadas potentes, que acabavam sobrecarregando a rede, daí as quedas. Hoje isso não acontece mais”, disse. A instituição pretende ainda instalar sensores de presença, outra forma de reduzir ainda mais a conta.

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O LED, do inglês Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz), está presente em diversos aparelhos eletrônicos utilizados diariamente. Até pouco tempo, suas aplicações se restringiam a transmissão de informações em controles remotos, indicação de stand-by, entre outras. Segundo o engenheiro eletricista, Itallo Santos Lima e Silva, atualmente, com a evolução tecnológica, o LED passou a fazer parte do mercado de iluminação, sendo um forte substituto das lâmpadas incandescente, halógena e fluorescente, devido ao baixo consumo energético e a sua alta eficiência. “O LED gasta menos eletricidade para produzir a mesma quantidade de luz que chamamos de lumens. As lâmpadas LED também se destacam por sua durabilidade, possuindo uma vida útil média de 40 mil horas”, detalhou.

Criatividade – Na balança ainda pesa as despesas com água. Mas, segundo projeto da Casa, a redução é uma questão de tempo. A instituição lançou mão do uso de um dispositivo para evitar o desperdício de água nas caixas de descarga dos vasos sanitários. Foram instaladas nas caixas garrafas PET preenchidas com 1 litro de água. O dispositivo usa como base o Princípio de Arquimedes (todo corpo mergulhado em um fluido sofre a ação de um empuxo vertical, para cima, igual ao peso do líquido deslocado).

A ideia é que, a cada acionamento da descarga, um litro de água seja poupado no novo enchimento da caixa. Segundo Junior Felix, a ideia surgiu após assistir uma matéria de TV sobre o tema. “Um aluno da rede pública do Rio de Janeiro desenvolveu esse sistema num trabalho da escola. A matéria mostrou que muitas pessoas adotaram o sistema. Um condomínio conseguiu baixar sua conta de água de R$ 18 para R$ 14 mil”, disse.

Já a CMVC espera economizar entre sete e dez mil litros de água por mês. “A cada cinco descargas economizaremos mais de quatro mil litros. Isso em apenas um mês”, detalhou. Ao todo, foram usadas 38 garrafas de 1 litro. “Nem fizemos investimento, já que conseguimos as garrafas com doações dos próprios servidores”, destacou. O sistema foi implantado em meados de outubro e a expectativa agora é pelo resultado.

O projeto empolgou a servidora Ana Paula Almeida. Ela achou interessante e comentou com a mãe que resolveu também implantar a medida em casa. Tem pouco tempo e ainda estamos esperando os resultados”, disse. A agente legislativa aprova as medidas da Câmara. “Eu acho interessante, ainda mais porque é um órgão público, porque dá o exemplo”, falou.

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CMVC