Candidatos fizeram o último debate da campanha na Rede Globo
As denúncias apresentadas na última edição da revista Veja, segundo a qual o doleiro Alberto Youssef diz que a presidenciável Dilma Roussef (PT) e o ex-presidente Lula (PT) tinham, supostamente, conhecimento do desvio de verbas na Petrobras, abriram o debate entre os presidenciáveis realizado, nesta sexya-feira. 24, à noite, pela Rede Globo. O candidato tucano Aécio Neves começou o debate dizendo que esta seria a mais sórdida das campanhas presidenciais após de democratização. A candidata petista, por sua vez, desqualificou a matéria da Veja: “A revista faz sistemática oposição a mim e faz esta calúnia, sem provas”, disse a petista. A presidente, candidata à reeleição, disse que se defenderá na justiça e que a revista Veja tem hábito de tentar dar “golpe eleitoral”, o que teria acontecido, segundo ela, nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, quando os petistas venceram a disputa pelo Palácio do Planalto. Ainda na primeira rodada de perguntas, Aécio citou matéria da revista IstoÉ, que acusa a campanha petista de se fiar em mentiras. E atacou: “A sede de seu partido (o PT) no Rio distribui boletins apócrifos. No Nordeste, carros de som anunciam que o eleitor que votar em mim será desligado do Bolsa Família”. A presidente Dilma voltou, então, a desqualificar as duas revistas. “Tenho respeito pela imprensa, mas o senhor (candidato Aécio) cita duas revistas que sabemos para quem fazem campanha”. Meu banho, minha vida A candidata petista usou a crise de desabastecimento em São Paulo para atacar o adversário tucano. Na avaliação de Dilma, houve falhas de planejamento do governo tucano naquele estado. A candidata disse que, diante da situação, via-se obrigada a concordar com o humorista José Simão. “Temos que ter o programa ´Meu banho minha vida”, gracejou a presidente, numa referência ao programa que é carro-chefe de sua campanha: o Minha Casa Minha Vida. Aécio Neves, porém, devolveu a acusação de que a falta de planejamento foi do governo federal, que teria falhado na condição da crise hídrica por meio da Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo o tucano, o órgãos, como outros na gestão petistas, foram aparelhados e não atuaram segundo sua função específica, mas para atender a interesses partidários. “Não tivemos a parceria da ANA. Seu candidato em São Paulo (Alexandre Padilha), buscou demonizar a ação do governador Geraldo Alckmin, mas o eleitorado deu a resposta”, disse. Mensalão O caso do Mensalão também voltou ao debate, quando Aécio perguntou a Dilma se, para ela, o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), seria considerado por ela um herói. Dilma então mencionou que os implicados no mensalão mineiro não foram julgados ou condenados, como o tucano Eduardo Azeredo. “O mensalão do seu partido não teve condenados ou punidos”, disse Dilma. Já Aécio disse que o julgamento do caso poderia trazer constrangimentos a Dilma. Ele disse que Valfrido Mares Guia, implicado no caso, voou com Dilma há uma semana. Nas considerações finais, Aécio Neves fez referência a uma citação do Apóstolo São Paulo. “Travei o bom combate, falei a verdade e jamais traí minha fé”, disse. A frase do apóstolo, na II Carta a Timóteo: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. Católicos e evangélicos, nas redes sociais, entenderam a mensagem e a replicaram.
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