Os partidos e coligações têm até hoje para registrar seus candidatos e a base dos programas de governo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Após as conversões e fechamento das chapas majoritárias e proporcionais, agora serão iniciadas efetivamente as campanhas. As intensificações das ações de marketing não são apenas motivadas pelo triste fim da trajetória da seleção brasileira na Copa da África.
A principal razão para o levantamento das bandeiras e slogans é a autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as campanhas comecem. A única restrição que permanece é o horário eleitoral em rádio e tevê, que terá inicio em 17 de agosto.
As coordenações de campanha fecham os últimos detalhes para ganhar os votos dos eleitores. As estratégias estão sendo montadas para explorar os pontos fortes de cada candidato, sem deixar de expor as fragilidades dos adversários. Para a reeleição do governador Jaques Wagner, o Partido dos Trabalhadores aposta suas fichas na continuação da parceria com o plano federal.
No entanto, os líderes do outro palanque da presidenciável petista Dilma Rousseff prometem demonstrar o grau de entrosamento entre o seu candidato Geddel Vieira Lima (PMDB) e a candidata do presidente Lula.
Correndo contra esta corrente, vinculada ao governo Lula, está a coligação DEM / PSDB, que pretende explorar o currículo dos candidatos majoritários da aliança, com foco na experiência de dois mandatos do ex-governador Paulo Souto. Os olhos da chapa também estão no capital eleitoral do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007.
O candidato Paulo Souto revelou, através de sua assessoria de imprensa, que a campanha começou com um programa denominado “Soluções”. Segundo ele, os coordenadores desse projeto já percorreram diversos municípios do estado levantando as principais demandas da população, dos empresários e dos comerciantes locais. “Fomos o primeiro grupo a registrar o esqueleto do programa de governo, porque já estávamos ouvindo as pessoas”, explicou.
Souto ressalta a iniciativa do grupo político, que, segundo ele, entendeu a derrota nas eleições de 2006 como uma sinalização do que deveria mudar ou ser aperfeiçoado na concepção de gestão destes partidos. A assessoria revela que a campanha vai mostrar para os baianos que Paulo Souto é um candidato confiável, que cumpre as promessas feitas. “Não existe uma cidade da Bahia em que não podemos mostrar obras realizadas por Souto”, argumenta.
Questionado sobre o que muda a partir de amanhã, o democrata disse que o partido vai iniciar a distribuição de panfletos nas viagens, coisa até então proibida. “As reuniões antes mais fechadas agora vão ser abertas. Não faremos muitos comícios, mas vamos intensificar o corpo a corpo com a população através de caminhadas”, acrescenta. Outro ponto na estratégia de campanha será a exploração dos sites e redes de relacionamento. “Paulo Souto já tem site e twitter, agora vamos criar os do candidato Paulo Souto.
Além do facebook e orkut, planejamos estar presentes em todos os espaços”, garante. À frente da campanha democrata está a jornalista capixaba Beth Rodrigues, que traz em seu currículo quatro candidatos eleitos consecutivamente para o governo do Espírito Santo.
PMDB quer mostrar “o novo”
Já o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) vai ter a sua campanha elaborada pela mesma equipe de marketing que trabalhou na reeleição do prefeito João Henrique, em 2008. Liderada pelo marqueteiro Mauricio Carvalho, conhecido como Maurição, da agência Ideia 3. De acordo com o presidente estadual da legenda, Lúcio Vieira Lima, a estratégia de seu irmão é direta.
“O que queremos mostrar para a população é que Geddel vai chegar e resolver”, afirma. Para isto, os peemedebistas e seus aliados apostam na qualificação do candidato para debates e na exposição da história de Geddel como deputado e ministro. De acordo com Lúcio, as mídias sociais foram fundamentais na pré-campanha.
“Agora vamos incorporar todas estas ferramentas à campanha. Lançaremos o site do candidato, diferente do pessoal que existe atualmente, com os programas do governo”, revela.
Os coordenadores da campanha vão tentar ainda aproximar a imagem de Dilma com a de Geddel e diminuir a possível identificação do eleitorado de Lula com Wagner. “Queremos que fique claro para a população que Geddel é o único candidato que representa uma esperança para Bahia. Ele vai chegar e resolver”, concluiu Lúcio.
PT aposta na parceria com Lula
A equipe do atual governador e candidato à reeleição Jaques Wagner já trabalha no sentido de levantar as principais diferenças entre a gestão do petista e a dos governos anteriores do ex-PFL, atual DEM. De acordo com o presidente estadual da legenda, Jonas Paulo, a disputa entre dois projetos antagônicos será demonstrada para a população.
“Nós estamos trazendo desenvolvimento para o estado, sem privatizar como fizeram os outros no âmbito nacional e estadual”, ressalta.
Segundo ele, os avanços do governo Wagner, em consonância com o do país, promovido pelo presidente Lula, serão demonstrados. “Nossa coligação é formada por oito partidos e todos apoiam Dilma”, alfinetou Jonas Paulo, expondo as legendas da base de Geddel que apoiam outros candidatos na corrida presidencial. A aliança petista foi batizada de “Para a Bahia seguir em frente”.
A coordenação executiva da campanha também aposta nas redes sociais, tanto que criou um núcleo próprio para administrar as ferramentas das novas tecnologias como twitter, orkut e facebook, que são vistas como fundamentais para a campanha dos petistas.
Outra aposta para a reeleição de Wagner é o trabalho realizado nos Territórios da Cidadania, que, segundo Jonas, demonstram a atenção do governo do estado com o interior. “Somos o único estado do país com este tipo de programa e vamos mostrar isto”, afirmou o petista. A campanha será desenvolvida pela agência Layout.
Publicada: 05/07/2010 00:06| Atualizada: 04/07/
Seis das piores notas do Ideb foram na Bahia
Publicada: 05/07/2010 07:48| Atualizada: 05/07/2010 07:48
Dos 5.404 municípios avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano passado, levando em conta as séries iniciais do ensino fundamental das escolas da rede pública.
Dos 11 municípios com as piores notas nas séries iniciais do ensino fundamental, seis estão na Bahia, dois no Piauí, dois na Paraíba e um no Pará. Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo, cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul.
O pior resultado da avaliação realizada no ano passado foi registrado pelo município de Apuarema, com nota 0,5. A cidade fica no sul da Bahia, a 320 quilômetros de Salvador. A secretária de Educação do município, Zaira dos Santos, mostrou-se surpresa com o resultado, mas não quis comentar os motivos do baixo desempenho.
A nota mais alta foi no município paulista de Cajuru, no nordeste do estado, a 360 quilômetros da capital. Lá, a média das notas das escolas da rede pública ficou em 8,6.
O Ideb foi criado em 2005 para medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a cada dois anos, levando em conta as notas da Prova Brasil e os índices de reprovação. O Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. O objetivo é que a média nacional chegue a 6 em 2021.
Segundo o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, as regiões com melhor desempenho no Ideb são aquelas que contam com uma boa infraestrutura de prédios, biblioteca e acesso à internet, além de melhores salários e carreira adequada. “Quando há esses insumos, é possível colher resultados melhores. Há uma relação direta entre padrão mínimo de qualidade e resultado do Ideb. Isso está comprovado pela terceira vez”, avalia o dirigente.
Piores notas:
Município Ideb 2009
Apuarema (BA) 0,5
Chaves (PA) 1,4
Pedro Alexandre (BA) 2,0
Nilo Peçanha (BA) 2,1
Manoel Vitorino (BA) 2,1
Duas Estradas (PB) 2,2
Santa Inês (PB) 2,2
São Félix do Piauí (PI) 2,2
Dario Meira (BA) 2,2
Pilão Arcado (BA) 2,2
Bonfim do Piauí (PI) 2,2
Melhores Notas:
Município Ideb 2009
Cajuru (SP) 8,6
Claraval (MG) 8,2
Neves Paulista (SP) 8,1
Fernão (SP) 8,0
Itajobi (SP) 7,5
Rubinéia (SP) 7,5
Cândido Rodrigues (SP) 7,5
José Raydan (MG) 7,5
Soledade de Minas (MG) 7,4
Marapoama (SP) 7,3
Pedra do Indaiá (MG) 7,3
Dois Lajeados (RS) 7,3
Gonçalves (MG) 7,3
Luiz Fernando Lima
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