Não foi só para falar no apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff que as principais figuras do PSD se reuniram ontem em Brasília. A candidatura do vice-governador Otto Alencar nas eleições majoritárias do próximo ano está consolidada, e a esta altura o que se pode discutir são o cargo e as circunstâncias.Quanto à questão nacional, já vem de alguns meses o empenho de Gilberto Kassab para ser ministro, passo indispensável a seu projeto imediato de recuperar as perdas da eleição municipal. É difícil arrumar espaço, e por isso, de vez em quando, ele lembra que o voto em Dilma não depende dele, mas do partido, em “decisão democrática”.
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Nos meios políticos, o entendimento é de que a presidente não quer deixar tamanho capital político em clima de volatilidade, e que ela é capaz até de criar um ministério para Kassab. Não seria de todo surpreendente, porque, afinal, o ex-prefeito de São Paulo criou um partido que até hoje só tem sido dela.
Seria gigantesca “zebra” Dilma sem o PSD – A situação está pendente, como se deduz da própria notícia divulgada ontem pelo partido na Bahia, interpretando o apoio a Dilma como “tendência natural”, embora ressaltando um “condicionamento”, que seria a “continuidade de um bom governo”.
Se tudo correr bem nacionalmente, Otto poderá, por extensão, concorrer a governador ou a senador, mas se der o que seria uma “zebra”, com o fechamento do PSD com outra candidatura a presidente, dificilmente não cairia uma bomba atômica no cenário baiano.
Não há dúvida de que, na hipótese de um rompimento, o vice-governador poderia ser o piloto regional de um grande acordo envolvendo fragmentos expressivos do governo e da oposição. A dificuldade é a lealdade dele, dizem.
O trabalho de Otto aponta para a cabeça da chapa governista. Sua reiterada manifestação pelo Senado repete, segundo experientes políticos, a história, aqui contada recentemente, do sapo que suplica ao algoz para atirá-lo no fogo, porque na água ele não sobreviveria. (Por Escrito)
Vice-governador Otto Alencar –
LUÍS AUGUSTO GOMES
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