Chineladas de Armênio e do PPS a partir de agora serão em defesa de Herzem

 

dr armenio

O médico oftalmologista Armênio Santos, secretário municipal de Saúde de Vitória da Conquista no governo de Pedral Sampaio, notabilizou-se na pré-campanha eleitoral deste ano com as suas famosas “chineladas”, percorrendo bairros, distritos e povoados com a missão de demonstrar a pertinência de seu pleito ao governo da terceira maior cidade baiana. Apesar da motivação pessoal e da repercussão que alcançaram as chineladas, Armênio Santos não conseguiu pontuar suficientemente bem nas pesquisas e sondagens domésticas, tomando a decisão, na noite deste domingo, de chinelar em defesa da candidatura do deputado Herzem Gusmão, do PMDB, levando consigo na bagagem, entre outros, o vereador Hermínio Oliveira.

Dias atrás, antes portanto de sequer supor o rumo dos acontecimentos, o Blog do Fábio Sena convidou o médico Armênio para uma entrevista, prontamente aceita, na qual ele explicita as razões pelas quais intentou tornar-se prefeito de Vitória da Conquista. Dono de invejável currículo pessoal, este descendente de João Gonçalves da Costa – fundador de Vitória da Conquista – afirmou ser nítida a percepção do império da descrença popular quanto aos políticos. “Estão carentes da reestruturação da família; estão aprisionados dentro de casa pela violência que predominam nas ruas.  Para restaurar os valores da família estamos propondo uma gestão mais harmoniosa e personalizada no comando por pessoas da própria cidade, atraindo assim a crença e a confiança da população”.

Abaixo, a íntegra da entrevista com o Dr. Armênio Santos, do PPS:

BLOG DO FÁBIO SENA: Dr. Armênio, o PPS, seu partido, realiza sua convenção municipal no próximo dia 3, depois de boas chineladas em Vitória da Conquista. Como vai caminhar o partido nessas eleições. Terá candidatura própria ou vai fazer alguma aliança?

ARMÊNIO SANTOS: Com a marca CHINELADAS inovamos nas práticas e na forma que julgamos correta de se fazer e praticar políticas junto à população. Ouvindo a população, está nítida a percepção de que o povo está descrente dos políticos.  Estão carentes da reestruturação da família; estão aprisionados dentro de casa pela violência que predominam nas ruas. Para restaurar os valores da família estamos propondo uma gestão mais harmoniosa e personalizada no comando por pessoas da própria cidade, atraindo assim a crença e a confiança da população.  Necessitamos de um prefeito que toque mais no povo e que não se enclausure dentro dos carros e dentro de casa, cercado por blindagem e seguranças. Estamos trabalhando para uma candidatura própria, proposta esta que nas CHINELADAS está demonstrando grande ressonância e com boa aceitação. Este modelo da CHINELADA virou nova marca na nossa história política, em favor de uma mudança no comando político de nossa Cidade para encerrar este ciclo de 20 anos de poder pelas mesmas pessoas e partido que não tem maiores compromissos com a nossa história e com a boa conduta com a população e nem com as coisas públicas.

BLOG DO FÁBIO SENA: Mas em relação às alianças?
ARMÊNIO SANTOS:
Quanto às alianças, podemos promove-las ou mesmo apoiar uma candidatura que ofereça raízes e perspectivas de promover estimulação de práticas que proporcionem aparecimento de novas lideranças políticas em nossa cidade. Que permita discussões de políticas públicas de qualidade com políticos de qualidade e que eleitoralmente possibilite a retomada de poder, para não corrermos o risco da manutenção da estrutura petista existente em nossa cidade. A nossa aliança seria com a oposição ao governo atual de nossa cidade.

BLOG DO FÁBIO SENA: Que avaliação o senhor faz dos vinte anos de governo petista em Vitória da Conquista, especialmente em comparação com os governos anteriores, dos quais o senhor fazia parte?
ARMÊNIO SANTOS: O governo petista de 20 anos em nossa cidade teve utilidade. Assumiram o poder num momento em que o Governo Federal e Estadual estabeleceram programas de municipalização e de investimentos na saúde, na educação e no social, com substancial injeção de recursos Município. Com isto o Governo Municipal teve a capacidade de organizar este novo formato de assistência médica/ hospitalar, mas que esmagou o sistema e empresários da Cidade que “promoviam a saúde”, preferindo investir no atendimento e tratamento das doenças num sistema de assistência hospitalar,  que predomina até hoje e, pelos altos custos,  torna o sistema inoperante, ineficiente, congestionado e absurdamente caro. O novo modelo dificultou aos profissionais que atuavam na máxima de que Saúde é barato, caro é a doença e muitos foram enfraquecidos e até excluídos da prestação de serviço ao sistema. Quando fui Secretário de Saúde o nosso lema era “Com pouco dinheiro mas com muita saúde” e, com assistência na promoção da saúde incentivamos a prevenção às doenças. A interiorização da educação e da saúde, a construção de açudes e tanques e a patrulha agrícola, proporcionou ao homem rural maior fixação no seu habitat natural.

A gestão de PEDRAL que fiz parte e que revolucionou nossa cidade com filosofias e práticas políticas de qualidade foi ainda na vigência da Ditadura Militar e com coragem política e desafios realizou obras estruturais e sociais, direcionando nossa cidade para as grandezas compatíveis a ela e a sua história e que respaldou a continuação pelo sistema de governo que até hoje domina nossa cidade. Os Agentes de Saúde Urbano e Rural, a reorganização social através das Associações de Moradores de Bairros, a primeira reforma agrária da Bahia (Fazenda Santa Marta e Amaralina) foram ações que fiz parte e da gestão à qual com muita honra defendi. Ainda durante a vigência da Ditadura, ocorreu aqui, sob a guarda e patrocínio da Administraçao de José Pedral, o primeiro CONEB – Conselho Nacional de Estudantes de Base da UNE, que eu coordenei a logística e a operacionalidade para os milhares de estudantes Universitários de todo o Brasil e do exterior que aqui se fizeram presentes.

Nunca nossa cidade teve poder simultâneo nas três esferas: Municipal, Estadual e Federal, mas como nunca mais discutiram-se políticas de qualidade, perdemos a oportunidade de termos dois fatores importantíssimos para nosso desenvolvimento: a água e o aeroporto. A ferrovia Leste Oeste que perdemos o trajeto para Jequié demonstrou a falta de interesse e da discussão política com qualidade. Só nos resta mantermos um padrão de práticas e militância política que traga a paz, a harmonia e promova a felicidade da nossa população; que invista na educação como uma ação de suporte e preparação para a vida. Que acabe a reeleição e que ao assumirmos o poder não eternizemos nele e nem que sejamos profissionais da política e sim que exerçamos nossa profissão, pois para ser político tem que ter sensibilidade e sensibilidade é um dom e dom, coisa de Deus. matéria copilada do blog do Fábio Sena