Comércio tem queda de 5,2% em 12 meses, a maior da série histórica

Na comparação de janeiro contra dezembro, vendas recuaram 1,5%.
Caíram vendas de supermercados e de eletrodomésticos.

Vendas de hipermercados e supermercados, que tem o maior peso sobre o índice do varejo, caíram 0,9%. (Foto: REUTERS/Nacho Doce)
Vendas de hipermercados e supermercados, que tem o maior peso sobre o índice do varejo, caíram 0,9%. (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

As vendas do comércio varejista brasileiro iniciaram 2016 em baixa e registraram queda de 10,3% em relação a janeiro do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse recuo é o maior, considerando apenas o mês de janeiro, desde 2001, início da série histórica do indicador. Na comparação mensal, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, a retração foi de 1,5% – a mais intensa, para o período, desde 2005.

Os recordes também são registrados em outras bases de comparação. Frente a janeiro do ano passado, o comércio teve retração de 10,3%, a mais intensa, para o mês, desde 2001, início da série histórica. Em 12 meses, o comércio sofreu uma queda de 5,2% e também alcançou o pior resultado da história do indicador para período.

“O mês de janeiro, tradicionalmente, não é um mês forte das vendas. Porque é o mês das férias, concentra o pagamento de tributos do ano, mas esse janeiro, especificamente, acabou sendo o mais negativo da série histórica. Motivo? Os fatores que incidem sobre o poder de consumo vêm enfraquecendo e não mudaram do ano de 2015 para 2016. Estão presente ainda nesse início de 2016”, disse afirmou Isabella Nunes, gerente de serviços e comércio do IBGE.

De dezembro para janeiro, a maioria dos segmentos do varejo registrou resultados negativos. As vendas de hipermercados e supermercados, que tem o maior peso sobre o índice do varejo, caíram 0,9%. O comércio de móveis e eletrodomésticos também mostrou dados mais fracos. Na comparação com o final do ano passado, o setor teve baixa de 4,3%.

“A pressão inflacionária sobre esse segmento faz com que os consumidores se ajustem às marcas mais baratas, e faz com que o volume de receitas caiam… “Aliando isso a uma restrição do crédito, que está crescendo 20%, somando a isso redução da massa real de 10,4%…você tem fortes fatores inibidores de consumo, em especial daquela atividade que tem associação forte com a renda como hiper e combustíveis, afirmou.

Também caíram as vendas nos ramos de material de construção (-6,6%) e de veículos e motos (-0,4%) – ambos segmentos fazem parte do que o IBGE chama de varejo ampliado, que teve uma retração de 1,6%.

Na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, série com ajuste sazonal, as vendas no varejo foram negativas em 17 as 27 Unidades da Federação. Com as maiores variações negativas observadas no Espírito Santo e Rio de Janeiro, ambos com taxa de -3,1%.

Por região
Na comparação com janeiro do ano passado, o comércio varejista recuou em todos os estados, com destaque para Amapá (-24,4%), São Paulo (-9,7%) e Rio de Janeiro (-10,4%).

Fonte: G1