Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As comemorações do 1º de Maio, Dia do Trabalho, têm como origem uma tragédia ocorrida em setembro de 1886 na cidade norte-americana de Chicago, onde ocorreram manifestações de empregados reivindicando melhorias das condições de trabalho. Um dos principais pontos da pauta era a redução da jornada de 13 para oito horas diárias. As manifestações resultaram em uma greve geral de trabalhadores nos
Estados Unidos O Dia do Trabalho nos EUA é comemorado no primeiro domingo de setembro.
Foram dias de manifestações, até que um conflito entre policiais e trabalhadores resultou na mote de 12 manifestantes e sete policiais e deixou dezenas de presos e feridos. Foi decretado Estado de Sítio. Os conflitos ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Sedes de sindicatos foram incendiadas e os líderes do movimento foram levados a julgamento. “Cinco deles foram condenados à morte na forca, dois à prisão perpétua e um a 15 anos de prisão”, relata o deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP) em trecho do parecer da proposta de emenda à Constituição que prevê a redução da jornada de trabalho no Brasil para 40 horas semanais.
Foi durante a segunda Internacional Socialista, realizada na cidade de Paris (França) em 1889, que o 1º de Maio foi instituído como Dia do Trabalho, em referência à tragédia de Chicago e às reivindicações das pessoas por melhores condições de trabalho.
No dia 1º de maio de 1891, uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. A nova tragédia acabou reforçando ainda mais a identidade da data com a classe trabalhadora.
Quase duas décadas depois, em abril de 1919, o Senado francês acatou a reivindicação dos trabalhadores sobre a redução da jornada de trabalho, oficializando a data como feriado. No ano seguinte foi a vez de a Rússia fazer o mesmo e proclamar o dia 1º de maio como feriado nacional. Outros países seguiram pelo mesmo caminho e, em 1925, durante o governo de Artur Bernardes, foi a vez de o Brasil instituir o feriado do Dia do Trabalho.
À época, a data era dedicada a protestos, passeatas, piquetes e críticas. Mas, durante a Era Vargas foi aos poucos sendo transformada em celebração, com festas populares e desfiles, em consequência da propaganda trabalhista característica do governo de Getúlio Vargas.
Em 1º de maio de 1941, outro importante passo foi dado no sentido de melhorar as relações de trabalho: a criação da Justiça do Trabalho. E, em 1943, Getúlio Vargas escolheu a data para instituir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Outras vantagens – como o décimo terceiro salário, multa de 40% por rompimento de contrato de trabalho, licença-maternidade, e férias remuneradas – foram conquistadas durante a promulgação da Constituição de 1988. Atualmente, a luta dos trabalhadores brasileiros está focada na manutenção dessas conquistas e na redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 40% dos países já adotaram como padrão máximo de jornada as 40 horas semanais.
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