Crianças vão receber vacina 5 em 1 a partir de agosto
País anuncia a implantação de uma dose que protege contra difteria, tétano, coqueluche, influenza e hepatite B
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira
(18) mudanças no calendário de vacinação infantil no País. A primeira
alteração é que, a partir de agosto deste ano, serão oferecidas
gratuitamente nos postos de saúde uma vacina “5 em 1”.
Uma única dose, chamada de pentavalente, vai proteger contra
difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenza tipo b e hepatite B.
Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas
separadas.
Leia também
“É uma medida que segue a tendência internacional de agregar em uma
única aplicação a proteção contra o maior número de doenças possíveis”,
afirmou Jarbas Barbosa, Secretário de Atenção à Saúde do Ministério.
“Além de fazer com que a criança receba uma picada a menos, reduzimos
custos de logística e armazenamento. A economia esperada com essa
alteração é de R$ 700 mil por ano.”
“Zé Injeção”
Outra novidade no calendário é que a proteção contra a
poliomelite, também chamada de paralisia infantil, será oferecida por
injeção e não só por via oral.
“Não vamos aposentar a gotinha”, afirmou Jarbas Barbosa. “O Zé
Gotinha (personagem criado para incentivar a vacinação em massa) não
morre, mas ganha um aliado.”
Diferentemente da gotinha, a vacina injetável contra pólio é feita
com um vírus inativado e não vivo, o que diminui os riscos de efeitos
colaterais, como exemplo a paralisia de membros e face. As doses dessa
vacina serão fornecidas por Bio-Manguinhos, o Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio de um
acordo com a Sanofi Pasteur.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que estas reações
adversas são extremamente raras (a incidência é de um caso para cada 4
milhões de doses aplicadas), mas o empenho dos fabricantes públicos e
privados é para que a aplicação seja a mais segura.
“Em 20 anos de campanha em massa de vacinação contra a poliomelite,
só tivemos 46 casos notificados (de efeitos colaterais), mas eles
existem e daí a importância de previní-los”, completou Padilha.
Se a injeção tem a vantagem de ser ainda mais segura contra
complicações, o mérito da gotinha é que ela é mais fácil de ser aplicada
e aceita pelo público infantil. Por isso, afirmou Barbosa, as doses
orais não devem ser extintas enquanto o vírus da poliomelite circular em
algum país do mundo.
Leia mais
“No Brasil, a doença já está erradicada, mas na Ásia e África (em
24 nações) a situação é endêmica. Há sempre o risco de um viajante ou
turista ser contaminado e a vacinação oral é a melhor forma de evitar
isso”, explicou o secretário. Por estes motivos, até completar 5 anos,
as crianças vão receber duas gotinhas por ano, em campanhas de
imunização em massa.
De acordo com o Ministério da Saúde, o novo calendário fica assim:
2 meses de idade: vacina 5 em 1 e injeção contra a pólio
4 meses de idade: vacina 5 em 1 e injeção contra a pólio
6 meses de idade: vacina 5 em 1 e gotinha contra a pólio
15 meses: gotinha contra a pólio
Até completar 5 anos: Anualmente, gotinha contra a pólio
Deixe seu comentário