Crianças vão receber vacina 5 em 1 a partir de agosto “Zé Injeção”

Crianças vão receber vacina 5 em 1 a partir de agosto

País anuncia a implantação de uma dose que protege contra difteria, tétano, coqueluche, influenza e hepatite B

Fernanda Aranda

 

    O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira
    (18) mudanças no calendário de vacinação infantil no País. A primeira
    alteração é que, a partir de agosto deste ano, serão oferecidas
    gratuitamente nos postos de saúde uma vacina “5 em 1”.

    Uma única dose, chamada de pentavalente, vai proteger contra
    difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenza tipo b e hepatite B.
    Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas
    separadas.

     

    “É uma medida que segue a tendência internacional de agregar em uma
    única aplicação a proteção contra o maior número de doenças possíveis”,
    afirmou Jarbas Barbosa, Secretário de Atenção à Saúde do Ministério.

    “Além de fazer com que a criança receba uma picada a menos, reduzimos
    custos de logística e armazenamento. A economia esperada com essa
    alteração é de R$ 700 mil por ano.”

    “Zé Injeção”

     

    Foto: AE
    Ampliar

    Criança recebe dose de vacina em Belo Horizonte (MG)

    Outra novidade no calendário é que a proteção contra a
    poliomelite, também chamada de paralisia infantil, será oferecida por
    injeção e não só por via oral.

    “Não vamos aposentar a gotinha”, afirmou Jarbas Barbosa. “O Zé
    Gotinha (personagem criado para incentivar a vacinação em massa) não
    morre, mas ganha um aliado.”

    Diferentemente da gotinha, a vacina injetável contra pólio é feita
    com um vírus inativado e não vivo, o que diminui os riscos de efeitos
    colaterais, como exemplo a paralisia de membros e face. As doses dessa
    vacina serão fornecidas por Bio-Manguinhos, o Instituto de Tecnologia em
    Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio de um
    acordo com a Sanofi Pasteur.

    O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que estas reações
    adversas são extremamente raras (a incidência é de um caso para cada 4
    milhões de doses aplicadas), mas o empenho dos fabricantes públicos e
    privados é para que a aplicação seja a mais segura.

    “Em 20 anos de campanha em massa de vacinação contra a poliomelite,
    só tivemos 46 casos notificados (de efeitos colaterais), mas eles
    existem e daí a importância de previní-los”, completou Padilha.

    Se a injeção tem a vantagem de ser ainda mais segura contra
    complicações, o mérito da gotinha é que ela é mais fácil de ser aplicada
    e aceita pelo público infantil. Por isso, afirmou Barbosa, as doses
    orais não devem ser extintas enquanto o vírus da poliomelite circular em
    algum país do mundo.

     

    “No Brasil, a doença já está erradicada, mas na Ásia e África (em
    24 nações) a situação é endêmica. Há sempre o risco de um viajante ou
    turista ser contaminado e a vacinação oral é a melhor forma de evitar
    isso”, explicou o secretário. Por estes motivos, até completar 5 anos,
    as crianças vão receber duas gotinhas por ano, em campanhas de
    imunização em massa.

    De acordo com o Ministério da Saúde, o novo calendário fica assim:

    2 meses de idade: vacina 5 em 1 e injeção contra a pólio

    4 meses de idade: vacina 5 em 1 e injeção contra a pólio

    6 meses de idade: vacina 5 em 1 e gotinha contra a pólio

    15 meses: gotinha contra a pólio

    Até completar 5 anos: Anualmente, gotinha contra a pólio

    Veja o calendário completo