A LEI DO PLANTIO E DA COLHEITA
No último ensaio postado nos preciosos blogs da minha amada
terra, de Vitória da Conquista. Os denomino de preciosos, pois,
são minha única via de ligação com os meus amados leitores,
estou me referindo ao ensaio: (JIDDU KRISHNAMURTI E O
AUTOCONHECIMENTO), nele, prometi tratar e dar ênfase nos
“pensares” de três singulares seres humanos que passaram por
este planeta no século XIX, estes seres fundaram em 1875 a mais
importante instituição para o desenvolvimento espiritual da atual
sociedade humana! A Sociedade Teosófica. Estes seres passaram
por este mundo com os nomes de: Helena Petrovna Blavatsky,
(1831-1891), Henry Steel Olcott, (1832-1907) e William Quan
Judge, (1851-1896)…
Nesta oportunidade faço referência somente a um pequeno
texto compilado por William Quan Judge. Oportunamente ferei
referência a Madame H. P. Blavatski e ao senhor H. S. Olcott.
Na realidade este texto, como veremos, possui autores distintos
e não nominados. O assunto em pauta discorre sobre um tema
complexo e de pouco entendimento pelo homem a que chamamos
de: “comum dos mortais”. Aos iniciados em esoterismo é um
tema, simples, comum, real, e cotidiano, pois, todos nós o
vivenciamos no nosso viver, talvez alguns não o percebam, mas
inexoravelmente com ele convivem. Trata-se do que os Monges
tibetanos de Lhassa chamam de lei do plantio e da colheita.
Foram compilados 31 textos e nominados de aforismos por
William Quan Judge, possuem em seu bojo verdades de beleza
singular e incontestáveis. Motivo que me levou a postar este
texto compilado pelo WQJ.
Vamos ao texto:
Como Funciona, na Prática, a Lei do Plantio e da Colheita
Nota dos Editores: Nas primeiras linhas da Carta 88 de “Cartas
dos Mahatmas”, um sábio dos Himalaias define a teosofia
como o estudo das causas pelas suas conseqüências, e das
conseqüências, pelas suas causas. Esta definição da teosofia
como o estudo da lei do carma torna inevitável, para a filosofia
esotérica, a tarefa de conhecer o modo concreto através do
qual as ações e os seus resultados interagem na prática, nas
diferentes dimensões da vida. Este é, precisamente, o tema do
conjunto de trinta e um aforismos reunidos por William Quan
Judge. O texto a seguir tem clareza e simplicidade na forma
externa, mas sua profundidade vai além da palavra escrita.
Quando são examinados com a devida atenção, os aforismos
falam num plano situado acima do plano verbal.
Assim como outros aforismos ainda não usados, os aforismos
a seguir me foram dados por instrutores – entre eles H. P.
Blavatsky. Alguns deles foram escritos, outros foram transmitidos
de outras formas. Foi-me declarado que eles vêm de manuscritos
atualmente inacessíveis ao público. Cada um deles foi submetido
ao meu julgamento. Eles foram aprovados pela minha razão
sem levar em conta qualquer autoridade e depois de uma séria
avaliação. Espero que eles recebam do mesmo modo a aprovação
dos companheiros de trabalho para quem os publico agora.
(William Quan Judge)
AFORISMOS
(1) Não há Carma a menos que haja um ser para criá-lo ou para
sentir os seus efeitos.
(2) O Carma é o ajustamento dos efeitos que fluem das causas,
e, durante este ajustamento, o ser sobre o qual e através do
qual ele ocorre experimenta dor, ou prazer.
(3) O Carma é uma tendência do universo no sentido de
restaurar o equilíbrio; e opera incessantemente, sem desvios e
sem erros.
(4) A aparente interrupção na restauração do equilíbrio se deve
ao ajustamento necessário da perturbação em algum outro
ponto, lugar, ou foco, que é visível apenas ao Iogue, ao Sábio,
ou ao perfeito Observador. Portanto, não há interrupção, mas
apenas um ocultamento do campo de visão.
(5) O Carma opera em todas as coisas e seres, desde o menor
átomo concebível até Brahma. [1]
(6) O Carma não está sujeito ao tempo, e portanto aquele que
conhece a divisão última do tempo deste Universo conhece o
Carma.
(7) Para todos os outros homens, o Carma, em sua natureza
essencial, é desconhecido e incognoscível.
(8) Mas a sua ação pode ser conhecida pelo cálculo da relação
entre causa e efeito. Este cálculo é possível porque o efeito está
incluído na causa, e não é posterior a ela.
(9) O Carma desta Terra é a combinação dos atos e
pensamentos de todos os seres de todos os graus que se
envolveram no Manvântara [2] ou corrente evolucionária
anterior, do qual procede o nosso Manvântara.
(10) Devido ao fato de que tais seres incluem Senhores de
Poder e Homens Sagrados, assim como seres fracos e maldosos,
o período da duração da Terra é maior que a duração de
qualquer entidade ou raça que viva sobre ela.
(11) O Carma desta Terra e das suas raças começou em um
passado tão longínquo que as mentes humanas não podem
alcançá-lo. Por isso é inútil investigar o seu início.
(12) Deve-se permitir que as causas cármicas já colocadas em
movimento prossigam até esgotar-se, mas isso não autoriza
ninguém a recusar ajuda a seu semelhante ou a qualquer ser
sensível.
(13) Os efeitos podem ser compensados ou mitigados pelos
pensamentos ou ações da própria pessoa ou de outrem. Os
efeitos resultantes representam a combinação e interação de
todo o conjunto de causas envolvidas na sua produção.
(14) Na vida dos mundos, das raças, das nações e dos
indivíduos, o Carma não pode agir a menos que haja um
instrumento adequado para a sua ação.
(15) E enquanto o instrumento apropriado não for encontrado,
o Carma que depende dele permanecerá não-manifestado.
(16) Enquanto um homem está vivendo o Carma no
instrumento que lhe foi dado, o seu outro Carma, ainda não
manifestado, não é esgotado por outros seres, nem por outros
meios, mas permanece reservado para operar no futuro.
Durante este lapso de tempo, não há deterioração na sua força
nem mudança na sua natureza.
(17) A adequação de um instrumento para a operação do Carma
consiste na conexão e na relação exatas do Carma com o corpo,
com a mente, com a natureza intelectual e psíquica adquirida
pelo Eu Superior em qualquer encarnação.
(18) Todo instrumento usado por qualquer Eu Superior em
qualquer vida é adequado para o Carma que opera através
dele.
(19) É possível acontecer mudanças no instrumento ao longo
de uma vida, de modo a torná-lo adequado para um novo tipo
de Carma, e isso pode ocorrer de duas maneiras: (a) através
da intensidade do pensamento e do poder de um voto, ou (b)
através de alterações naturais devido à completa exaustão de
causas velhas.
(20) O corpo, a mente e a alma têm cada um a sua capacidade
de ação independente. Qualquer um deles pode esgotar,
independentemente dos outros, algumas causas cármicas mais
remotas ou mais próximas do momento da sua produção do que
as causas que operam através de outros canais.
(21) O Carma é ao mesmo tempo piedoso e justo. A piedade
e a justiça são apenas pólos opostos de um todo único; e a
Piedade sem Justiça não é possível nas operações do Carma.
Com freqüência aquilo que o homem chama de Piedade e Justiça
é defeituoso, errôneo e impuro.
(22) Há três tipos de Carma: (a) O que opera nesta vida
atual através dos instrumentos adequados; (b) Aquele que
está sendo produzido ou acumulado, para ser esgotado no
futuro; (c) O Carma guardado desde vidas anteriores e que
ainda não está operando, porque permanece inibido pela
inadequação do instrumento atualmente usado pelo Eu Superior,
ou porque permanece inibido pela força do Carma atualmente
em operação.
(23) Três campos de operação são usados em cada ser pelo
Carma: (a) o corpo e as suas circunstâncias; (b) a mente e o
intelecto; (c) os planos psíquico e astral.
(24) O Carma acumulado e o Carma presente podem, cada um
deles ou os dois ao mesmo tempo, operar em todos os três
campos de operação cármica ao mesmo tempo; ou pode ser que
um tipo diferente de Carma opere ao mesmo tempo em cada um
dos três campos.
(25) O nascimento em qualquer tipo de corpo, e a obtenção dos
frutos de qualquer tipo de Carma, se devem à linha da tendência
preponderante do Carma.
(26) A força da tendência cármica influencia a encarnação de
um Eu Superior, e qualquer família de Eus Superiores, durante
três vidas, pelo menos, quando não são adotadas medidas de
repressão, eliminação ou compensação.
(27) As medidas tomadas por um Eu Superior no sentido de
reprimir tendências, de eliminar defeitos e de compensá-los –
colocando em ação causas diferentes – irão alterar o poder da
tendência cármica e encurtar a sua influência segundo a força
ou fraqueza dos esforços feitos na concretização das medidas
adotadas.
(28) Ninguém, exceto um sábio ou verdadeiro vidente, pode
avaliar o Carma de outro ser humano. Portanto, ao mesmo
tempo que cada um recebe o que merece, as aparências podem
enganar. Nascer pobre ou enfrentar profundos sofrimentos pode
não ser punição por mau Carma, porque há continuamente Eus
Superiores encarnando em condições desfavoráveis, nas quais
eles experimentam dificuldades e provações para fortalecer a
disciplina do Eu Superior, e disso resultam força, resistência e
simpatia.
(29) As influências do carma de uma raça influenciam cada
unidade da raça através da Lei da Distribuição. O Carma
nacional opera nos membros da nação através da mesma lei,
mais concentradamente. O Carma da família governa apenas
em uma nação em que as famílias foram mantidas puras e
nítidas; porque em uma nação em que há mistura das famílias
– como ocorre nos períodos de Kali Yuga – o Carma da família
é geralmente distribuído no âmbito nacional. Mas mesmo em
tais períodos algumas famílias permanecem coerentes por
longos períodos, e neste caso os membros sentem a força do
Carma familiar. O termo “família” pode incluir várias famílias
menores.
(30) O Carma opera para produzir cataclismos na natureza
por concatenação através dos planos mental e astral do ser.
Um cataclismo pode ter uma causa física imediata tal como um
fogo interno ou uma perturbação atmosférica, mas estes talvez
tenham sido produzidos por uma perturbação criada pelo poder
dinâmico do pensamento humano.
(31) Os “Eus” Superiores que não têm qualquer ligação cármica
com uma porção do globo onde um cataclismo irá ocorrer são
mantidos à parte da operação do cataclismo de duas maneiras:
(a) pela repulsão que age em sua própria natureza; (b) através
de chamados e advertências que lhes são feitos por aqueles que
vigiam o progresso do mundo.
Notas endereçadas aos não iniciados em teosofia:
[1] Brahma – O princípio supremo, neutro, impessoal e
incognoscível do universo, de cuja essência tudo emana. No
seu aspecto inferior, existe Brahmâ, o “criador” do universo.
(“Theosophical Glossary”, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los
Angeles). (N. do T.)
[2] Manvântara – Período de manifestação de um Universo. (N.
do T.)
O texto acima foi traduzido de “Theosophical Articles”, William
Q. Judge, Theosophy Company, 1980, Los Angeles, edição
em dois volumes, ver volume I, pp. 120-124. Título original:
“Aphorisms on Karma”.
Aqui chagamos ao fim do texto do WQJ.
Sucintas observações moverianas.
Podemos observar que o termo Carma no mundo ocidental, só
encontra guarida no espiritualismo, no espiritismo, e crenças
congêneres, e etc.
A lógica da lei do carma transparece em sua totalidade nestes
31 aforismos. O universalismo do carma está implícito no
aforismo no 5 –
Aquele que lê nas entrelinhas, crê e entende que nenhum ser
senciente presenciará o fim físico da Terra em que moramos,
veja o aforismo no 9 –
O aforismo de no 12 trata de um assunto delicado, ele
nos autoriza a interferir na colheita (ação cármica), já em
andamento, isto, nos casos da necessidade de prestar ajuda a
um semelhante ou ser sensível. (senciente). –
Tua resposta do “por quê”, que homens tão maus nada sofrem e
homens tão bons tanto sofrem! Está no aforismo no 22 –
O entendimento destes textos é de uma facilidade elementar,
mas, só pode ser lido com perfeição com os olhos da alma.
Vitória da Conquista,
15/06/2014
Edimilson Santos Silva Movér
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