O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspojer), David Salomão, é o grande orquestrador do movimento grevista em Vitória da Conquista, atuando como negociador e como articulador, conduzindo a categoria às decisões que motivaram episódios como a ocupação da Câmara, a carreata que praticamente paralisou o centro da cidade ontem e que hoje rendeu nuances de guerra ao inviabilizarem a saída de viaturas da antiga Caesg. Salomão, quase um sósia do “Capitão Nascimento”, do filme Tropa de Elite, ele se assemelha em muito ao personagem, especialmente no biótipo, mas também na forma enérgica do comportamento.
Em entrevista ao Blog do Fábio Sena agora à tarde, ao ser indagado sobre as razões que conduziram os policiais à Caesg, não mediu palavras: “Viemos aqui porque a Caesg estava traindo o movimento de todos os policiais militares”. Ele deixou claro ainda que não existe distinção entre os militares. “Quero deixar bem claro que a Polícia Militar é uma só. Não existe diferença entre Caesg e policial militar ordinário; todos pertencem à mesma categoria, todos sofrem os mesmos desmandos do governo”.
Sobre a tensão e o clima de guerra que se instaurou em frente à Companhia de Polícia, ele afirmou que houve, na verdade, uma reação dos grevistas ao comportamento “duro e enérgico” do tenente-coronel Braga. “Nós estávamos abertos ao diálogo, vimos conversar com o comando e ele, numa atitude dura e enérgica, disse que passaria até por cima dos policiais. Mas aqui tem policiais que são homens também, resistiram à saída das viaturas e vamos continuar, vamos permanecer para mostrar que a força é de toda a categoria, a força está na categoria policial militar. Como eles foram incisivos no diálogo, vamos ficar por tempo indeterminado na frente da companhia”.
PM insatisfeita com greve: Por fim, o nosso “Capitão Nascimento” particular afirmou que o movimento tem sido desencadeado de maneira pacífica por toda a categoria e afirmou que a própria Polícia Militar está insatisfeita com essa paralisação, cuja causa é o próprio governo estadual, em sua visão. “A gente deseja voltar o mais breve possível às suas atividades, só que o governo insiste em não chamar à mesa de negociações. Nesse momento em conclamo a atenção e a compreensão de toda a sociedade de Vitória da Conquista porque o profissional militar tem sofrido há exatamente quinze anos. Existe uma lei, editada em 1997, de gratificação por atividade policial, e o governo não cumpre há 15 anos, um direito. E como quer que o policial militar trabalhe satisfeito?”.
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