DIA DE FINADOS –  é feriado no Brasil,  uma cultura e rito praticados em muitos paises católicos.

 

CELEBRADO EM 2 DE NOVEMBRO

 

O culto aos mortos tem origem anterior à citada pelo catolicismo. A origem mais provável, vem da cultura Celta, o costume foi adotado  e realizado em várias regiões da Europa. A relação com quem morreu está presente em quase todas as culturas antigas.

O Cristianismo herdou esse costume do Judaísmo. O Dia de Finados foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilão (ou Santo Odilão [962-1049], que sugeriu, no dia 02 de novembro de 998, com o nome Dia de Todas as Almas, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele dia, dedicassem suas orações às almas daqueles que já se foram. A ação de Odilão resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.

Foi somente em 1915 que o Papa Bento XV permitiu que os sacerdotes celebrassem missa pelos mortos.

No Brasil o costume da reverência ao Dias dos Mortos, foi trazida pelos portugueses colonizadores, as igrejas e os cemitérios são visitados, e os túmulos ornamentados com flores, e   acendem velas, por sentimento de saudade. Pedem a encomendação da salvação da alma dos cristãos falecidos. A religião Cristã, principalmente a Católica venera com grande piedade a memória dos defuntos e rezam por eles para que sejam perdoados dos seus pecados.

A data da celebração do Dia dos Mortos é feriado no Brasil, de acordo com a Lei nº 10.607, de 19 de dezembro de 2002.

A maioria das pessoas que visitam os cemitérios, está ligado à religião católica. Nesse dia os cristãos católicos, cultuam a memória dos seus mortos com visita aos túmulos, mandam dizer missas, rezam pela salvação da alma do finado, numa demonstração de sentimentalismo, reverência e saudades.  É o dia de celebrar os familiares e amigos que já partiram.  Esse procedimento não é uma exclusividade brasileira, diversos países comemoram essa data de diferentes maneiras.

Rezar pelos mortos é uma demonstração de amor e afeto, uma vez que, através das orações, as pessoas acreditam que o sofrimento daqueles que se foram pode ser diminuído.

Nos cemitérios onde existe capela, são rezadas missas em sufrágio das almas dos mortos. A morte não significa o fim, mas o reviver em outra dimensão. Os cristãos católicos creem na ressurreição dos justos entre os mortos, tal qual ocorreu com Jesus Cristo por desígnios de Deus.

“O homem nasce como a flor e murcha, foge como a sombra, e não permanece”, Jó 14.1-2.  “És pó e ao pó retornarás”, Gn 3.19.  Ninguém escapará da morte, portanto, não deve temê-la.

A vida e a morte são uma incógnita, um mistério, que só a DEUS pertence decidir como responsável por ela.

Embora a morte seja um fenômeno biológico natural, indiscutível, não há conformação das pessoas envolvidas no falecimento de parentes e ou amigos íntimos. Num sentimento de comiseração pelo finado, aflitos, choram e sentem a falta do ente querido.

Pesquisas que tratam do assunto (morte) esclarecem: os exegetas afirmam não haver nenhum respaldo bíblico para a celebração do Dia de Finados. Na bíblia, não há menção desse fato. Os cristãos protestantes não cultuam esse dia por não reconhecerem a legitimidade dessa celebração. Dizem: “é um rito da religião católica para celebração dessa data, determinada pelo Vaticano”.

Quando existe fé, crença e sentimentos, e, se é movido pela saudade de parentes ou pessoas conhecidas falecidas, e, nesse dia, visita o cemitério, enfeitam os túmulos de pessoas saudosas e caras, é numa demonstração de apreço e solidariedade ao espírito do morto.

Os católicos acreditam na ressurreição e na vida eterna da alma, mas não acreditam existir comunicação de mortos com os vivos.   Ao contrário, os espíritas, acreditam na reencarnação e vidas contínuas até a purificação da alma.

A morte é sentida de acordo com a fé individual de forma diferente nas religiões com doutrinas específicas. Cada um com o seu entendimento e o arbítrio da escolha, conforme a sua cultura e crença.  Há, portanto, de se respeitar a religião escolhida por outrem.

O conceito de liberdade religiosa está contido na Constituição, que reza no Art. 5º parágrafo VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e sua liturgias”. Portanto, não há de se criticar ou contestar qualquer religião, pois cada pessoa tem o livre arbítrio e o seu entendimento.

As lembranças dos mortos devem acontecer, sempre em orações cotidianas, e não apenas na comemoração do Dia de Finados. As orações com fé, objetiva espiritualmente a absolvição dos pecados do morto, para que seja alcançada a graça divina.

Para os que creem em Deus, a morte é vista como passagem para outra vida, eterna e sem sofrimentos.  No luto, existe dor, mas também amor, gratidão, lembranças e cumplicidade.

Muitos   vão ao cemitério, por crença, para cumprir as suas obrigações religiosas, enquanto outros apenas para cumprir uma obrigação social e familiar, sem observar os cânones religiosos da ocasião. “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. (Efésios, 2.8).

A religião cristã, venera e honra a memória dos defuntos, as orações a eles dedicadas tem o efeito de os conduzirem à vida eterna.

“Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte[…]”. A morte será definitivamente vencida no dia da ressurreição quando as almas serão novamente unidas a seus corpos, pela interseção de Jesus Cristo na sua segunda vinda conforme prometido. Os que não estiverem plenamente purificados para que possam entrar na luz e na paz de Cristo, serão condenados.

Saudação: “Canta-se por causa de uma partida desta vida e por causa de sua separação, mas também porque há comunhão e reunião. Com efeito, ainda que mortos, não estamos separados uns dos outros, pois todos percorremos o mesmo caminho e nos reencontraremos no mesmo lugar. Jamais estaremos separados, pois vivemos por Cristo, e agora estamos unidos a Cristo, indo em sua direção[…] estaremos reunidos em Cristo” (São Simão de Tessalônica, De ondine sepulturae,367:pg. 155,685).

 O enterro dos mortos é uma obra de solidariedade cristã, respeito e consideração aos familiares enlutados. Em reparação dos pecados dos vivos e dos defuntos o fiel deve estar em estado de graça e pedir perdão pelos pecados cometidos para que Deus os perdoem. Por Antônio Torres

FONTES:

Pesquisas realizadas na Web;

Enciclopédia Bíblica;

Bíblia Sagrada;

Catecismo da Igreja Católica, edição CNBB;

agendabonnifacio.com.br

site. portalsaofrancisco.com.br

 

Antonio Novais Torres

[email protected]

Brumado, 02/11/2024.