Há 10 anos, o dia 21 de janeiro foi instituído como a data Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Em Vitória da Conquista, o povo de santo e as organizações socioculturais e religiosas da cidade realizaram, na área aberta do Centro Glauber Rocha – Educação e Cultura, uma programação especial para relembrar a data com oficina, cortejo afro no Mercado Municipal e apresentações culturais. A atividade contou com o apoio da Prefeitura, por meio da Coordenação de Promoção da Igualdade, e do Conselho Municipal de Igualdade Racial.
Ao prestigiar o evento, o prefeito Herzem Gusmão – acompanhado por membros do Governo – reforçou que a sua gestão fortalecerá na cidade uma cultura de paz e de respeito. “A intolerância é inaceitável e deve ser combatida. Se nos foi dado o livre arbítrio, por que nós vamos ser intolerantes? Nossa gestão será uma gestão do entendimento, do diálogo. Queremos uma cidade livre, democrática e em paz”, reforçou o prefeito.
Membro da Pastoral Afro, Beatriz Nazaré afirmou que eventos como este, denominado de Dia do Impacto contra a Intolerância Religiosa, serve como um marco no respeito às crenças e à liberdade de culto. Ela acrescentou: “espero que a partir dessa data, que foi criada a partir de um ato de intolerância, possamos quebrar barreiras e acabar com o preconceito sofrido por nós diariamente em todos os lugares e áreas”.
Opinião compartilhada pelo babalorixá e mestre de capoeira Dendê. “As pessoas têm de acabar com isso de achar que nossa religião faz mal para elas”, disse. Para ele, o Dia do Impacto serviu para: “mostrarmos nossas cantigas, expormos nosso axé e chamarmos outras pessoas, que tem ou não religião, para nos abraçarmos, num abraço de paz”.
Para a integrante do Coletivo Feministas Pretas da Dió, Lucélia Novaes, a discussão sobre o tema deve ser uma agenda permanente. “O preconceito surge muito da falta de conhecimento das pessoas. Por isso, esperamos que essa iniciativa tenha continuidade, que vá para a sociedade em forma de educação, de ações de conscientização para que ela entenda o que significa e o que representa uma religião”.
Pedido de respeito – Nessa sexta-feira, 20, na noite anterior ao chamado Dia de Impacto contra a Intolerância Religiosa, grupos religiosos de matriz africana realizaram a quarta edição da Alvorada dos Ojás. Os participantes amarraram tecidos brancos utilizados em rituais de candomblé, os ojás, nas árvores da Praça Tancredo Neves. O gesto simboliza humildade, coragem e um “abraço de paz” em Vitória da Conquista.
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