Na manhã desta sexta-feira (29), representantes dos donos de escolas da rede privada de Vitória da Conquista procuraram a Câmara Municipal para pedir aos vereadores que abram um canal de diálogo com a prefeitura, para que eles possam expor a situação desses estabelecimentos nesse período de pandemia da Covid-19. O grupo foi recebido pelo presidente da Casa, vereador Luciano Gomes (PCdoB), e pelos vereadores Rodrigo Moreira (PP) e Cícero Custódio (PT).
Durante a reunião, os diretores destacaram a importância de a prefeitura anunciar uma data prévia para que as escolas possam reorganizar o calendário escolar de 2020. Eles alegaram que a comissão flexibilizou o funcionamento de alguns setores, mas não incluiu a rede particular de ensino, o que vem ocasionando alguns transtornos para os estabelecimentos.
Segundo Elias Pinheiro, proprietário do Instituto de Educação Novo Tempo, assim que houver uma deliberação do município, mesmo que seja no mês de julho, as unidades vão se organizar para atender os protocolos exigidos pelo Comitê Gestor de Crise, a exemplo do distanciamento social por meio da flexibilização dos dias de aula. “Nós temos toda a condição de manter a segurança dos nossos alunos e já estamos nos preparando para isso, o que não podemos é prejudicar a proposta pedagógica das escolas, precisamos reaprender a viver com a pandemia, porque não há previsão de que ela seja extinta rapidamente”, disse, acrescentando que uma forma de se organizar é promover o rodízio escolar, com a divisão das turmas por dias da semana. “Essa seria uma medida segura, mas precisamos que a prefeitura nos escute”, afirmou, acrescentando que as escolas estão trabalhando por meio do Sistema de Deliberação Remota e tem conseguido chegar aos alunos, porém há a necessidade do retorno principalmente para os do ensino infantil (de 4 a 5 anos).
Sobre o pagamento das mensalidade, Pinheiro explicou que as escolas têm concedido descontos aos pais, mas alguns não estão honrando os compromissos por causa das dificuldades econômicas geradas pela pandemia, e outros não aceitam o fato de os filhos não estarem frequentando as aulas presenciais, mesmo a escola mantendo as virtuais. “Muitos pais chegaram a cancelar as matrículas dos filhos porque consideram o ano letivo perdido”, afirmou.
Audiência Pública – Após ouvir os argumentos apresentados pelos diretores, o presidente Luciano Gomes, com apoio dos vereadores Rodrigo Moreira e Cícero Custódio, propuseram a realização de uma audiência pública na próxima quinta-feira (04), com a participação de membros do Comitê Gestor de Crise e da Secretaria de Educação, para que haja um diálogo entre as partes interessadas. “A Câmara pode propor o diálogo para que as partes envolvidas cheguem a um acordo, e é isso que vamos fazer durante a audiência, promover uma discussão madura sobre esse assunto”, concluiu.
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