Um lugar ordeiro, tranquilo e com uma belíssima paisagem montanhosa. Essas são as primeiras impressões de quem chega a Bate Pé, distrito localizado a 45 quilômetros de distância da sede do município de Vitória da Conquista. Seu principal acesso se dá pela estrada que liga outros distritos e povoados (Pradoso, Gameleira e São Joaquim) à Rodovia BA 262. A via recebe atenção e manutenção periódicas feitas por máquinas e funcionários a serviço do Governo Municipal.
Apesar da beleza e da paz no local, os mais de sete mil moradores de Bate Pé convivem com uma preocupação constante com a seca, por estarem in
seridos num dos locais mais áridos da região e que registra a cada ano baixos índices pluviométricos. O distrito, cuja principal atividade agrícola está no cultivo de mandioca e do feijão catador, já sofreu com períodos de severas estiagens que acarretaram na seca de sua principal fonte de abastecimento de água. Atento a essa necessidade, o Governo Municipal realizou intervenções na localidade.
Restauração do açude de Bate-Pé – Um importante açude situado logo na entrada do distrito encontrava-se assoreado há mais de 20 anos. Em 2018, uma operação da Prefeitura Municipal, feita através da Secretaria de Agricultura (Semagri) fez sua revitalização. Após a conclusão do serviço, no final do mês de novembro, a primeira chuva conseguiu preenchê-lo em sua totalidade.
Revitalização de açude em Bate Pé
O cabeleireiro Jorge Marcos Ribeiro é líder da associação dos moradores de Bate Pé. Ele conta como a população ficou satisfeita com a reabertura do açude. “Comemoramos muito a limpeza desse açude, que não recebia manutenção há, pelo menos, 25 anos. Posso dizer que agora temos uma verdadeira barragem, pela quantidade de água”, conta Jorge.
Além da reparação do açude, milhares de toneladas de areia retiradas foram doadas para agricultores da região. De acordo o Secretário municipal de agricultura, Paulo Cesar de Oliveira, essa camada de sedimentos levada pela chuva,
conhecida como aluvião, trata-se de um solo extremamente fértil. “destinamos esse material aos agricultores, o que será de extrema importância para o cultivo de suas plantações, além de ser
ambientalmente viável. Fizemos a limpeza desse açude da maneira mais correta”, garante o Secretário.
Origem do nome – Leone de Souza, um dos pioneiros e mais antigos moradores da região, relata sobre a origem do nome dado ao distrito. Segundo conta, o nome veio após uma pessoa desconhecida ter se enforcado em um umbuzeiro que ficava à margem da estrada. “As pessoas que passavam pela árvore escutavam os pés do morto ainda batendo e daí surgiu esse nome”, explica.
Hoje, aos 90 anos de idade, Leone revela que chegou a Bate Pé em 1967 quando era chamado de Lagoa de Cassiano: “o distrito foi fundado a partir da escola. Depois dela as pessoas começaram a residir no entorno”.
Escola Municipal Eurípedes Peri Rosa
O Colégio que deu origem ao distrito – Na área central, vê-se instalada a Escola Municipal Eurípedes Peri Rosa. Fundada pelo professor Eurípedes, no ano de 1970 a escola era anteriormente chamada de Escola Justino Gusmão e foi o ponto de partida para a fundação do Distrito.
“A inciativa do professor Eurípedes foi a de oportunizar a educação aos habitantes do local devido à distância percorrida até o colégio mais próximo, que ficava na cidade”, explica Leone. A mudança do nome da escola faz hoje uma homenagem ao seu fundador.
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