O pensamento de Rui Barbosa está vivo entre os homens de bem – honestos. Ele viveu entre 1849 a 1923. Lutou pela abolição da escravatura, pela deposição do Império, candidatou-se três vezes à Presidência da República, porém nunca foi eleito, sonho que não se realizou, foi deputado no Império senador por mais de três décadas pela Bahia e constituinte em 1890, foi relator da Constituição de 24 de fevereiro de 1891, empreendeu inúmeras campanhas em prol da sociedade brasileira. Foi um defensor intransigente do civilismo, tinha ideais e ideologias que constituíam a sua personalidade. Agiu sempre com honradez e seriedade, nunca se envolveu com falcatruas. “Viveu no trabalho, e não perdeu o ideal”.
Poucas pessoas desconhecem as atividades civilistas e os feitos de Rui, o Águia de Haia, membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), jurisconsulto afamado, professor honorário em diversos países, cumpriu com o seu dever como exilado na Inglaterra, portador de virtudes excepcionais de caráter de inteligência e erudição, conquistou o mundo pela sapiência. Em suas palavras dizia: “Nasci na pobreza e de tal me honro; porque essa pobreza era a coroa de uma vida, que o amargor dos sacrifícios não deixou frutificar em prosperidade”. Rui foi escolhido apenas como um exemplo de honestidade que está faltando a muitos neófitos ou não que se enveredaram para a política e usam o poder para se locupletarem.
A população acredita que, atualmente, os políticos estejam comprometidos com a improbidade e desonestidade e não comungam com os valores éticos e morais. Onde estão os ideais e as ideologias decantadas por eles? Cadê as consciências desses políticos em assumirem os compromissos de campanhas? Com essa atitude os eleitores sentem-se ludibriados.
Os ilibados se afastaram da disputa eleitoral diante de tanta inconveniência enfrentada contra os patrocinadores da ilicitude envolvendo empresas que aderiram à corrupção, custeando a eleição dos desonestos aproveitadores da situação desestruturada em que se encontra o Brasil.
Segundo Américo Lacombe “O pensamento vivo de Rui Barbosa será sob muitos aspectos talvez o pensamento nacional sobre grande parte de nossos problemas”. O pensamento de Rui está presente com a valorização dos princípios éticos e morais.
A população estarrecida com o imbróglio dos poderes espera por um entendimento imediato. O que está ocorrendo hodiernamente é a mudança de comportamento que contaminou a classe política pela corrupção desenfreada em todos os setores: propina,
, desmandos e a não obediência constitucional, roubos e falcatruas diversas, perpetradas e descaradamente negadas. Esse procedimento delituoso configura-se crime contra o país.
A Corte Suprema, o TSF, é o guardião e interprete da Constituição e protetor das garantias constitucionais dos direitos dos cidadãos conforme determina a Carta Magna. Se a justiça acatar a negação dessa gente, o entendimento popular, é que os delituosos deverão ir à cidade do Vaticano para o Papa canoniza-los como santos protetores do povo brasileiro. Eis aí a desmoralização da Corte Suprema.
Os administradores públicos: Legislativo, Executivos e estatais, têm de assumir o compromisso de fazer da instituição uma entidade que ponha em sintonia as aspirações do povo, pela outorga de poderes que lhes é dado para o exercício do mandato a serviço do bem público e não para defender interesses pessoais e de amigos. Para tanto, há a necessidade da fiscalização popular, por meio das organizações a fim.
O Brasil está gravemente doente, há de se encontrar um remédio para sanar o mal da desonestidade, da prevaricação etc. Se não for encontrado solução para o problema, será o caos, e aí, decide-se como mencionou Rui Barbosa em 1919: “Militar e militarismo são duas palavras da mesma raiz, mas de expressão absolutamente diversa. Entre uma e outra vai um abismo. Uma denota saúde, a outra a doença. Uma a pureza, outra o vício”. E disse mais: “Na fase atual da civilização, o militar corresponde a necessidade”. “Em qualquer estado social, ao contrário, o militarismo será uma desgraça. O militar é a força obediente. O militarismo é o soldado reinando. O militar é a espada sob a lei. O militarismo, a lei debaixo da espada”.
A Constituição determina que as Forças Armadas não só faça a defesa nacional, mas mantenha vigilância e atente aos acontecimentos escabrosos que prejudicam o país e com a sua autoridade fazer a intervenção moralizadora e promover a solução dos problemas de ordem ética, evitando o descontrole nacional e, por a casa em ordem, punir os corruptos e corruptores que tanto mal tem causado à população brasileira.
A população está perplexa e indignada pelo que está ocorrendo politicamente no país. Há uma revolta pelo comportamento deletério dos envolvidos. Haja vista, que os poderes não estão mais se entendendo, a soberania e a independência, entre eles, estão sendo desrespeitadas. Daí a necessidade de uma ação regulatória. A disputa entre oposição e situação que se rivalizam, não convém ao país, estão deixando de trabalhar pelos interesses do Brasil e cuidam dos interesses pessoais, inviabilizando o consenso social e econômico da nação.
Antonio Novais Torres
Brumado, 14/12/2016.
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