Com vasta experiência em sala de aula, tanto no ensino médio quanto no superior, a professora doutora Lea Fernandes Viana Leal, do curso de Engenharia Civil da FTC Conquista, vem se destacando nos últimos anos como escritora, organizadora e co-autora de livros e artigos acadêmicos relacionados às metodologias ativas da educação.
Lea Leal, como é mais conhecida, volta seus estudos para o uso das tecnologias em sala de aula, tema polêmico e bastante debatido neste início de ano em jornadas pedagógicas em toda a rede de ensino da cidade, pública e privada. Para ela, não se pode privar os alunos do uso de meios modernos durante a aula.
Mas até que ponto o uso das tecnologias em sala – sobretudo de smartphones, tablets e notebooks – poder ser bom ou ruim? Lea Leal defende que os recursos tecnológicos sejam usados de forma pedagógica para estimular o estudante a conquistar autonomia e intervir no processo educativo.
“O que temos de fazer, como professores, é orientar com relação às fontes da informação no mundo tecnológico. Os conceitos que os professores passam em sala de aula podem estar da mesma forma nas redes ou então serem colocados de maneira deturpada. Às vezes ocorre ainda de o aluno encontrar definições diferentes para um mesmo assunto. Isto é normal. Mas cabe ao aluno também ter a consciência de que o professor está ali para ajudá-lo nessa busca por informações confiáveis”, ela disse.
Interação humana
Para a professora, a questão não é proibir o uso de tecnologias em sala de aula e sim apresentar um projeto pedagógico aos estudantes da atual cultura contemporânea:
“As redes sociais são espaços de interação humana, a escola favorece a interação e a constituição de novos saberes. A questão não é proibir o celular, deve ser objeto de discussão para direcionar práticas pedagógicas e incentivar o diálogo, pesquisa, direcionar atividades, desafios, descobertas, além da sala de aula, sair das quatro paredes e ultrapassar novas fronteiras de conhecimentos e valores.”
Importante se destacar que ao se apropriar das novas tecnologias, o processo educativo abre portas da escola para o mundo, uma agradável dinâmica à prática educativa. No Brasil, leis estaduais proíbem aparelhos celulares na sala de aula.
No caso da FTC, contudo, o uso é proibido apenas durante as avaliações, conforme a Portaria nº 05 de 1º de novembro de 2016, válida para todas as unidades da Rede.
“Nas disciplinas que lecionamos, utilizamos em alguns momentos a tecnologia em sala de aula, sobretudo para pesquisa, desafios e laboratórios virtuais. Essa utilização educativa favorece a motivação pela disciplina, ao vivenciar o que os outros estudantes estão aprendendo com o mesmo conteúdo, abre portas largas. Professores e educandos aprendem juntos a todo o tempo, transformando o jeito de ensinar e aprender”, destacou a professora.
Convite para congresso
Dentre as publicações de Lea Leal e que tem maior interesse do público, estão os livros “Redes Sociais e o olhar cristão na sociedade moderna” (2014), do qual é autora, “Educação Virtual – Compartilhando saberes” (2015), “Educação a Distância – Relatos e Experiências” (2011) e “Educação Aberta e Flexível – Caminhos para aprendizagem significativa” (2014) – estes últimos, como co-autora e co-organizadora.
Nestas publicações, Lea Leal vem desenvolvendo e aprimorando suas ideais sobre metodologias ativas na educação, conseqüência de estudos realizados durante o mestrado e doutorado na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, onde participou também da Cátedra Paulo Freire, espaço privilegiado para o desenvolvimento de pesquisas e estudos em pós-graduação sobre a obra do grande autor brasileiro, referência mundial em educação.
Recentemente, Lea Leal foi convidada para expor trabalhos no 23º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância – Metodologias Ativas e Tecnologias Aplicadas à Educação.
“Hoje podemos aprender em qualquer lugar os métodos tradicionais de ensino por transmissão de informações. A sociedade altamente conectada traz uma tecnologia de integração de todos os espaços e tempos”, declarou a professora, que busca trazer para a modernidade o método Paulo Freire da pedagogia da problematização, a qual valoriza o diálogo e apresenta a realidade em prática, objetivando a transformação social através da reflexão crítica das questões e discussão dos conflitos atuais.
“Ao longo do tempo, utilizamos outros autores, discutimos e difundimos o uso de metodologias ativas no ensino superior, compartilhamos experiências na docência.
A sala de aula ficará mais interativa com um projeto educativo inovador envolvido por metodologias ativas e profissionais competentes que saibam orientar os estudantes para uma aprendizagem significativa, tornando-os capazes de conviver na sociedade de informação.”
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