Entrevista com Ex-prefeito de Vitória da Conquista – José Pedral Sampaio

Entrevista concedida para o programa: A Gente Diz – Rádio Melodia 87,9 FM V/C  – em 12 de agosto de 2011 – e que foi ao ar no mesmo dia e para   o site Agentediz.com.br -,   pelo   o  ex-prefeito de Vitória da Conquista, José  Pedral, ao Jornalista e radialista Gildásio Amorim Fernandes.  O ex- gestor de Conquista  em suas exposições falou da conquista de ontem, de hoje  e das expectativas de uma conquista para o futuro, sinalizando inclusive, um estudo para os próximos 50 anos, sempre focando ações  do ponto de vista político, do ponto de vista estratégico e de crescimento e futuro de nossa cidade.

Pergunta – Prefeito José Pedral –  gostaria que o senhor fizesse uma reflexão da conquista de ontem, principalmente das fases em que o senhor governou, administrou esta cidade. E o que o senhor   deslumbra como uma conquista do futuro?

Resposta – Gildásio, acho que você abriu para mim uma perspectiva muito importante, veja bem, em 1963, quando nós ganhamos a primeira eleição, ou mesmo um pouco antes disso, nós formamos um grupo para projetar conquista para os próximos 50 anos. Então de 1963 à 2010, 2012 ,2013 são 50 anos. Veja bem, em 1950 Conquista tinha 26 mil habitantes, hoje Conquista é a segunda cidade da Bahia. Nós formamos essa perspectiva, esse grupo, para fazer um projeto a longo prazo e nós realmente fizemos isso, transformamos Vitória da Conquista  de uma pequena cidade, na cidade mais importante da Bahia. Isso foi conseguido na perspectiva de criar a infra-instrutora da cidade, que foi capaz de Conquista continuar crescendo, hoje até, independente de ter prefeito ou não. Se você não tiver um prefeito com condição ou visão política, a cidade vai continuar crescendo por que ela já tem condições de ser uma cidade que não precisa mais, ou não depende mais  das administrações Local, dependendo, portanto do governo do Estado, do governo Federal, como as outras cidades. Más, conquista seja qual for a administração; municipal ou estadual, ela vai continuar crescendo por força própria. E agora você me criou essa condição de fazer um projeto para os próximos 50 anos. Em que nós vamos apresentar as diretrizes, as linhas gerais para os próximos 50 anos dessa cidade, para 2060. Oportunidade em que oportunamente vamos lhe participar com mais detalhe.

Gildásio A. fernandes – Um dos grandes desafios do atual gestor refere-se à mobilidade urbana, principalmente no que se diz respeito ao trafego de veículos no centro da cidade, que nos dias atuais, nos horários de picos, já se registra pequenos congestionamentos. Quais seriam as alternativas para resolver estas questões. ?

José  Pedral – Olha, veja bem, a questão da mobilidade urbana, hoje é um assunto delicadíssimo, que aqui em conquista, está igual a Salvador, São Paulo.  É preciso chamar a atenção que o transito em conquista, essa mobilidade urbana, foi a que deixei, quando sai em 1997, são as mesmas ruas, praticamente as mesmas linhas de ônibus, impossível de entender como isso tem acontecido, então, essa é imediata, eu vou lhe dá as linhas do futuro de uma cidade daqui a 50 anos, mas, isso que vou lhe falar, é imediato, você buliu numa ferida importante, que é a mobilidade urbana. O Professor Ubirajara Brito publicou há  uns meses atrás, uma idéia de fazer o que chama de Trem Leve – um monotrilho – o jornal local publicou duas linhas que ele traçou, que seria essa mobilidade urbana através do Trem Leve que pode ser iniciado imediatamente por que esse desafogaria imediatamente o trafego do centro da cidade. A concepção de novas envolventes, ou seja, um grande anel rodoviário. Essas linhas importantes que eu poderia até citar algumas, por exemplo: nós temos uma que sai do Padroso – passa descendo pela baixa do arroz e vai beirar o açude do Iguá, passa além do iguá e vai sair na Rio Bahia, lá adiante e, isso é uma tangente enorme e que é uma das peças da envolvente em que eu referi. Então nós temos uma fase imediata, que é mudar o transito, mudar o trafego, fazer uma zona só de pedestre, sem carro, fazer novas vias imediatas, ou ligações como anel rodoviário para que a cidade tenha condições de se escoar com mais facilidade.

Gildásio A. Fernandes – Algumas lideranças políticas, cogitam-se em  transformar Vitória da Conquista em região Metropolitana,  também especulam-se de que a mesma seja capital caso o estado da Bahia venha ser dividido em três, Como quer algumas lideranças da cidade.

Como o senhor avalia essas considerações?

José Pedral – Olha – veja bem, você tem duas perguntas em só. Eu vou falar primeiro, no que você chama em região metropolitana, é uma idéia que já foi falada, até pelo próprio governador, e por falar em governador, eu assistir o governador dizer que o povo estava muito satisfeito que não precisava fazer investimento no  estado da Bahia, ora como este estado pode continuar crescendo, sem nenhum investimento. Eu vou citar dois casos aqui: o Estado de Pernambuco, hoje, é mais importante que a Bahia. É um escândalo o que esta acontecendo, não se fez nada na Bahia, enquanto Pernambuco fez um porto, fez ou estar fazendo uma refinaria de petróleo em cima deste porto. Estar certo de que a Fiat vai para lá, quando a Fiat deveria vir para Camaçari para se formar um grande Pólo de fabricação de automóveis e de peças, onde já tem a Ford, enquanto isso, a ferrovia que vai de recife e atravessa todo o estado de Pernambuco,  a trans-nordestina  que segue até o Ceará esta sendo feita a todo o vapor. Só   para lhe dá um exemplo; só em Salgueiro, tem uma firma que faz dez mil dormentes por dia, e na Bahia o que se faz, sem contar uma série de outras coisas, sem falar da transposição do São Francisco  que eu considero uma das obras mais importantes do governo Lula, que começa as coisas e não termina. Seria capaz de dizer lhe que Lula nunca terminou uma obra que ele tenha começado. Então eu visitei a transposição do São Francisco, eu sou favorável a esta transposição e botar água em todos os estados. Estes estados  que sofre com a seca do Nordeste. A presidente Dilma parou essa obra completamente, não fez mais nada e a obra tem muita coisa que foi feita e construída.

 

Gildásio A. Fernandes – O Senhor fez uma avaliação das gestões do governo do Estado e do governo Federal.  Agora voltando aqui, para Vitória da Conquista, como o senhor avalia o comportamento dos políticos da oposição, ao prefeito Guilherme Menezes.  Atuantes, fracos ?

José Pedral – olha, veja bem, – as oposições  de Vitória da Conquista, estão imitando, o que nós nunca fizemos, que foi imitar o errado dos outros, do resto do país. As oposições de conquista, estão feito as oposições do governo federal, igual ou pior do que as oposições no estado da Bahia. houve uma desarticulação total ou mais que isso, esse problema do Bolsa Família, de sair distribuindo dinheiro, de sair fazendo o que é, justo até que se faça, más, é preferível e o que se deveria fazer, era criar emprego e não dar dinheiro.  Esse dinheiro todo que se distribuem, fosse feito para a a criação de trabalho para a população,   não precisava fazer o bolsa família. Então as oposições de conquista estão também nas mesmas condições, violentadas, como estão as oposições do Estado e de todo o território e de todo o país.

Gildásio A.  Fernandes – O  senhor fez referências, a geração de emprego e renda. Em Conquista, nós estamos muito limitados porquanto a diversos fatores, inclusive de água, a uma demanda muito grande. O senhor tem apresentado alternativas para viabilizar alguns projetos para atender esta grande necessidade, tanto para o consumo humano como para indústria, como senhor avalia essa realidade?

 

José Pedral – -Olha,   essa é uma pergunta muito importante. Se fala muito da transposição da água da barragem de Anagé ou de construir uma barragem do Rio Pardo para jogar para Vitória da Conquista. Isso não estar na hora, isso é para daqui no mínimo 50 anos. Na realidade toda a água aqui do planalto é capaz de atender conquista para no mínimo daqui a 50 anos.  São três bacias hidrográficas; a  bacia da água fria,  onde já tem duas barragens e que atende ate hoje conquista, da bacia da região de planalto – do rio gaviãozinho, e do  rio catolé  – daria para abastecer mais de um milhão de pessoas e ainda servir ao setor industrial. Ao construir essas barragens, mais duas barragens,  só com a água do planalto, teríamos água suficiente para abastecer os próximos 50 anos.

 

Gildásio A. Fernandes – Eu gostaria de saber do senhor, qual foi seu maior erro e qual seu principal acerto, em relação a suas gestões frente a Prefeitura de Conquista?

José Pedral – Olha, acerto nós temos relativamente temos  poucos, eu tenho que ser modesto, se a gente tivesse feito muito mais, seria mais importante, erros foram muitos, más o maior erro foi perder as eleições, quando o nosso grupo perdeu as eleições houve um desastre para o município de Vitória da Conquista.

Gildasio  A. Fernandes – Senhor Pedral, gostaria  que o senhor falasse de questões relacionadas à divisão do Estado da Bahia, a viabilidade desse projeto, como o senhor avalia esta questão?

José Pedral – Quando eu era prefeito, o gestor de Itabuna, Fernando Gomes chegou a idealizar essa divisão do Estado em duas partes: a parte sul e a parte norte. Eu apoiei integralmente. O prefeito de Itabuna chegou vir a conquista e eu dei declaração nos jornais, eu sou favorável a divisão do Estado. Hoje tem mais, uma terceira parte querendo, são das regiões: do São Francisco – do sul do estado e norte do estado da Bahia. Eu sou favorável a essa divisão. Basta da um exemplo, este negocio de que a Bahia não se divide,  divide sim, e seria bem melhor. Um exemplo: O Estado do Tocantins se dividiu, hoje é um estado importantíssimo. Pela constituição, o governo federal é obrigado a investir no estado novo, criar condições de ter uma capital, de ter estradas, ferrovias etc,o que  e não se fez na Bahia, por causa dessa bestagem de dizer que a Bahia não se divide. A Bahia pode sim,  dividir em três estados o que seria muito bom, é muito mais verbas do  governo federal – só tem vantagens, não há nenhuma desvantagens nisso.

Gildásio A. Fernandes – O Município de Vitória da Conquista se tornou um Pólo Educacional, isso é fato. O que falta para avançar mais?

Jose Pedral Olha,  eu gostaria de começar falando de que,  quando eu ganhei a eleição, foi a minha maior preocupação, ou uma delas, foi a de criar  escolas, nós criamos escolas para ensinar a leitura, em  todo o interior, acabamos com os professores leigos, transformamos todos em professores formados. Conquista tem o privilégio, tem a vocação de ser um centro universitário. A poucos dias, a presidente da República disse que a Bahia vai ganhar duas universidades federais, uma na região sul; Itabuna, Porto Seguro,Teixeira de Freitas e uma outra em Bom Jesus da Lapa, Barreiras, Luis Eduardo Magalhães – Camaçari – Feira de Santana – e não tocou nada em Vitória da Conquista, quando Conquista já tem um núcleo, um campus e que os deputados não deram presença nesse assunto, como não deram presença na  idéia do aeroporto, no gasoduto etc.

Fica então – para a Próxima oportunidade – para nós traçamos com mais detalhes, as diretrizes e as linhas gerais,  da conquista que queremos para daqui a 50 anos.