Governadores decidiram ir às compras para tentar garantir seringas para a vacinação contra a Covid-19 sem precisar depender do Ministério da Saúde, que ainda não cumpriu a promessa de adquirir o material e distribui-lo aos governos locais. Pelo menos nove estados já abriram licitações próprias com essa finalidade. Juntos, eles pretendem encomendar 210 milhões de seringas. O ministério planeja comprar 370 milhões de unidades, mas ainda não publicou edital para realizar a licitação.
A indústria não vê como atender à súbita procura pelo produto. Fabricantes dizem que seria melhor se houvesse coordenação entre os governos e as compras fossem divididas ao longo do tempo. Ainda não se sabe quais imunizantes serão aplicados na população e vários detalhes da campanha de vacinação estão indefinidos.
São Paulo iniciou nesta quinta (10) sua terceira tentativa de adquirir 50 milhões de seringas, após dois pregões fracassados. Oito horas de negociação terminaram sem acordo, e a disputa continua nesta sexta (11). Os pregões anteriores foram cancelados porque todas as propostas ficaram acima do valor de referência fixado pelo governo.
O Rio de Janeiro é o estado que prevê maior volume de encomendas, com 66 milhões de seringas. Minas Gerais e São Paulo querem 50 milhões para cada um e a Bahia, 20 milhões. A Secretaria da Saúde do Rio diz ter adotado um plano de contingência para evitar atrasos na vacinação se o governo federal não cumprir sua promessa.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirmou que a compra das seringas é de responsabilidade dos estados e que fará a aquisição em caráter excepcional. Além disso, informou que os estados poderão ser coparticipantes no seu edital, que promete publicar nos próximos dias.
Painel SA/Folha de S.Paulo
Deixe seu comentário