Decidido a aplacar os ânimos na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o governador Rui Costa (PT) decidiu se reunir com os principais candidatos para tentar manter o clima minimamente equilibrado.

O deputado Ângelo Coronel (PSD) informou que a conversa com ele aconteceu na última quinta-feira. “Ele pediu que a base ficasse unida, que não haja desarmonia.

Ele em nenhum momento pediu para retirar a candidatura. No sentido governador, ele não tem vontade de apoiar nenhum candidato. Pelo menos não demonstrou tendência a não apoiar ninguém”, assinalou, acrescentando que espera que o “governador se mantenha imparcial”.

“Ressalto que sou um candidato da base do governador Rui Costa, não estou na Assembleia para ir contra o desenvolvimento da Bahia. E espero que o governador se mantenha imparcial. Não vou esticar para que o governador me apoie, porque ele também estaria indo de encontro ao outro candidato. Minha admiração por ele crescerá ainda mais”, prosseguiu.

Ainda de acordo com o pessedista, a oposição ainda não se manifestou sobre em quem irá votar, o que deve acontecer apenas no próximo mês. “A tendência deles é marchar em bloco, mas só vão decidir lá na frente. Ressalto que não será uma disputa de situação com oposição, será aquele que conseguir mais votos.

Espero levar a maior parte”, pontuou, e disse ainda que pretende, caso seja eleito, transitar livremente por todas as bancadas. “Na minha chapa, a oposição terá o seu espaço proporcional à representação partidária, como está no regimento. Mas o importante é que será uma gestão compartilhada com as bancadas da Casa. Não quero ser um presidente ditador”, sinalizou.

Coronel também acusou Nilo de depreciá-lo para os colegas com o intuito de conseguir votos. “Em off com os colegas ele tenta me depreciar, mas quando peço votos eu até elogio o trabalho dele.

Mas em nenhum momento uso de baixeza”, garantiu. “Quero ser um presidente para todos, quero que todos os deputados tenham voz, que não seja um presidente de decisões monocráticas. Quero que cada parlamentar tenha orgulho de representar o seu povo. Quero uma candidatura agregadora e ainda espero que o presidente reconheça isso e venha a me apoiar, como já o apoiei em outras oportunidades”, cobrou.

Segundo o deputado, o acordo com o também candidato Luiz Augusto (PP) continua. Na reta final, o mais forte receberá o apoio do outro. “Não é só o voto individual, mas o voto dos dois partidos. É como se fôssemos uma candidatura única. É o que vai ter mais chances de derrotar o atual presidente”. Luiz Augusto informou que ainda conversaria com o governador.

Nilo: “Se o PT me apoia é porque Rui apoia”

Após se reunir com o governador Rui Costa (PT) esta semana, o atual presidente da AL-BA e candidato à reeleição, Marcelo Nilo (PSL), não revelou o conteúdo da conversa.

“Rui é um democrata. Não vai impor nada. Está tentando chegar a um denominador comum. Se o PT me apoia é porque Rui apoia”, avaliou quando questionado pela Tribuna.

Já é sabido que o apoio do PT existe de fato, mas nenhum membro da sigla se atreve a insinuar que o aval se estende ao chefe do Executivo estadual.

Segundo o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, a decisão foi baseada nas últimas eleições para o comando da Casa. “Tivemos uma candidatura de Rosemberg da última vez, quando tentamos convencer os demais partidos, mas todos disseram que Marcelo era a melhor opção e que nós estávamos errados”, justificou.

Ainda ontem, Rui também foi questionado se Nilo era seu candidato, mas o petista desconversou ao declarar que todos eram candidatos do governo”, justificou