Ex-ministra do STJ e Ex-corregedora do  CNJ  disse que o STF se fecha em torno de Moraes, por puro corporativismo. “Eles não são amigos. É um serpentário que protege o próprio poder”.

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Ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon criticou duramente o Supremo Tribunal Federal em entrevista. Para ela, a Corte atua politicamente e sem limites. A jurista defendeu as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, e disse haver irregularidades nas ações do ministro.

Segundo Eliana, Moraes age como vítima, acusador e julgador nos casos relacionados a Bolsonaro e aos atos de 8 de janeiro. “Isso é inaceitável”, afirmou. Ela apontou ilegalidades no inquérito das fake news, aberto em 2019, e questionou a ausência de indiciados formais em seis anos de investigação.

A ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) disse que o STF se fecha em torno de Moraes por puro corporativismo. “Eles não são amigos. É um serpentário que protege o próprio poder”. Criticou também a atuação internacional de Moraes, que enviou ordens por e-mail a empresas dos EUA, ignorando tratados e protocolos legais.

Calmon considera certa a condenação de Bolsonaro. “Não pela culpa, mas como forma de o Supremo manter a própria imagem”, declarou. Sobre o Senado, disse que não age contra o STF porque muitos senadores têm processos nas mãos da Corte. “É jogo de interesses”, cravou.

Ela também reforçou que não voltará à política. Hoje, atua na advocacia privada em Brasília, com foco em causas tributárias e administrativas. A jurista afirmou que não advoga em casos políticos por falta de isenção. “Fui próxima da Lava Jato e de Moro. Não posso atuar nesses processos”. Por fim, disse que o Judiciário melhorou desde sua gestão, mas ainda convive com corrupção. “A raiz está na política. E ela segue podre”. Fonte site sudoesteacontece