por Mauricio Leiro / Matheus Caldas
Em março de 2019, uma reunião para debater uma suposta ameaça de retaliação do governo federal à Ford por causa do fechamento de uma fábrica em São Bernardo do Campo, em São Paulo (relembre aqui), fez com que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebesse os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Jaques Wagner (PT-BA), Omar Aziz (PSD-AM) e Fernando Bezerra Coelho (MDB- PE), além do vice-governador baiano, João Leão (PP).
A expectativa era discutir também a manutenção dos incentivos fiscais do governo federal para a fábrica da Ford em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Otto revelou ao Bahia Notícias, à época, que os benéficios seriam mantidos para o local pelo menos até 2025. (veja mai aqui). Além disso, existe um acordo de estabilidade assinado entre a empresa e os metalúrgicos até 2024.
Na época, o senador disse que a montadora não teria a obrigação de custear nenhum plano de contrapartida à desativação da fábrica no município paulista por causa dos subsídios que recebe na Bahia.
“Caso contrário estarão tirando recursos de um Estado pobre da federação para dar ao mais rico. Não faz nenhum sentido. Além disso, os maiores incentivos para atrair a montadora para Camaçari foram estaduais”, disse à Folha de São Paulo na ocasião.
Quase dois anos depois da reunião, a Ford anunciou a retirada de toda sua operação do Brasil (relembre aqui).
SAÍDA DA FORD
Ao todo foram fechadas três plantas de produção no Brasil. Serão mantidos apenas o Centro de Desenvolvimento de Produtos, em Camaçari, que terá sua fábrica fechada, e o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo. Logo após a divulgação da notícia, o governador Rui Costa (PT) seguiu buscando soluções para amenizar os impactos econômicos (reveja aqui).
Em seguida, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) pressionou o Poder Público a reduzir o custo Brasil para evitar a debandada de outras empresas multinacionais (veja mais). A Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) também lamentou a decisão da retirada das operações da Ford do Brasil e disse que foi uma “ducha de água fria” (veja aqui).
Até a Tesla surgiu como alternativa para ocupar o parque fabril de Camaçari. De acordo com a Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), a empresa é uma das possibilidades (relembre aqui). Além dela, a compra da fábrica de Camaçari já desperta interesse de quatro marcas chinesas, que estariam interessadas em comprar a fábrica na Bahia (veja aqui).
Nesta terça-feira (12), o governo da Bahia organizou a primeira reunião do Grupo de Trabalho que foi criado pelo governo estadual para viabilizar a atração de uma nova montadora para a planta da Ford instalada na no estado (veja mais).
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