Foto: Dida Sampaio / Estadão
Aécio Neves
O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta terça-feira, 23, por meio de vídeo publicado nas redes sociais, que foi ‘vítima’ de uma ‘armação’ do empresário da JBS Joesley Batista, que o gravou supostamente pedindo R$ 2 milhões, em março deste ano, no Hotel Unique, em São Paulo. O tucano também saiu em defesa da irmã, Andrea, e do primo, Frederico Pacheco, presos preventivamente na Operação Patmos, deflagrada na última quinta-feira 18. Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, no dia 24 de março deste ano, no Hotel Unique, em São Paulo. Os valores teriam sido repassados ao primo do senador afastado, Frederico Pacheco, e as primeiras tratativas foram feitas pela irmã de Aécio, Andrea Neves – estão em posse da Polícia Federal a filmagem dos repasses ao suposto receptor do tucano e conversas de WhatsApp com as solicitações de Andrea. Apesar de justificar que os R$ 2 milhões seriam para bancar advogados de defesa, o dinheiro foi transportado para Mendherson Souza, assessor de Zezé Perrella (PSDB-MG). “Eu fui vítima de uma armação de réus confessos que só tinham um objetivo: livrar-se dos gravíssimos crimes dos quais são acusados. Mesmo que para isso tentassem implicar pessoas de bem. Essa armação me tornou hoje alvo de acusações e suspeitas e levou a medidas injustificáveis, Como a prisão de meus familiares que não cometeram nenhum ato ilícito”, afirmou. Segundo o senador afastado, ele teria pedido a Andrea, sua irmã, para que oferecesse a compra do apartamento de sua família, no Rio de Janeiro. “Com parte desses recursos, eu poderia antão pagar a minha defesa em inquéritos que, tenho certeza, serão arquivados”. “E fiz isso porque não tinha dinheiro. Não fiz dinheiro na vida pública”, ressaltou. Aécio disse ter recebido, como contraproposta, um empréstimo no valor de R$ 2 milhões, que seriam destinados ao pagamento dos advogados do parlamentar afastado. “Mas, como ficou claro, depois de tudo que assistimos, esta nunca foi a intenção do criminoso. Na verdade, o que ele queria era criar uma falsa situação que transformasse uma operação entre privados, que não envolveu dinheiro público, que não envolveu qualquer contrapartida, em um ato de aparência ilegal. Estes são os fatos. Esta é a única verdade”, alegou. O senador ainda concluiu reiterando que vai buscar defender seus parentes no âmbito de investigações que enfrentam na Justiça e admitindo que errou ao ‘permitir’ que sua irmã, Andrea, ‘se encontrasse com um cidadão cujo caráter, agora, todo o Brasil conhece’. “Errei ao utilizar, mesmo numa conversa particular, um vocabulário que não costumo usar, e por isso eu peço desculpas. Mas o meu maior erro foi deixar me enganar numa trama montada por um criminoso”, afirmou.
Estadão
Deixe seu comentário