O secretário do Planejamento do Estado, José Sergio Gabrielli, concedeu entrevista nesta segunda-feira (4), na rádio Tudo FM, e esclareceu detalhes do projeto da ponte Salvador-Itaparica, a exemplo do cronograma de editais e a contratação da McKinsey & Company, que é uma consultoria internacional com ampla expertise em projetos de desenvolvimento, infraestrutura e financiamento para governos em todo o mundo.
Segundo Gabrielli, a contratação por dispensa de licitação foi motivada pela alta complexidade e grandiosidade do investimento, o que exige uma empresa com larga experiência em projetos de desenvolvimento, infraestrutura e financiamento. “A McKinsey é, disparadamente, a consultoria mais competente mundialmente sobre este assunto. Como é um investimento gigantesco e estruturante, nós resolvemos assumir a responsabilidade de fazer uma contratação sem licitação, por notório saber, por conhecimento específico e por ser a (consultoria) que pode dar o melhor resultado para a Bahia”, disse Gabrielli. A McKinsey já trabalhou para governos de todo o mundo, a exemplo de iniciativas similares na China, Arábia Saudita e Rússia.
Gabrielli destacou que a escolha da consultoria McKinsey foi objeto de extensa análise, que durou quase seis meses, entre técnicos da Secretaria do Planejamento e Desenbahia, que avaliaram a capacidade técnica de várias consultorias. A contratação por inexigibilidade, pontua o secretário, teve parecer favorável da Procuradoria Geral do Estado (PGE), com respaldado nas leis nº 8.666 e 9.433, devido à notória especialização do contratado e a singularidade do objeto do contrato.
“A Bahia precisa que essa ponte seja realizada e ninguém faz um projeto desse tamanho sem fazer estudos prévios. Então, vamos fazer estudos ambientais, de impactos paisagísticos e sociais, detalhamento do projeto de engenharia e avaliação de todo o conjunto de necessidades adicionais à ponte. Porque a ponte não é apenas uma obra, é um redesenho da dinâmica econômica do Recôncavo baiano e redefinição completa de como se vai fazer a integração da Baía de Todos-os-Santos com o resto da economia baiana”, disse Gabrielli na entrevista.
Serão pagos R$ 40 milhões para a elaboração do modelo de desenvolvimento econômico e concessão. Os valores estão dentro dos parâmetros realizados no mercado e por concorrentes em outros contratos públicos e privados, de acordo com relatório da Deloitte, que é uma empresa especializada em auditorias e analisou, a pedido da Desenbahia, se o preço da McKinsey estava dentro do valor de mercado. Este documento foi anexado ao processo na PGE e é de acesso público.
O titular da pasta do Planejamento ainda refutou a idéia de que este seja um projeto eleitoreiro. A ponte Salvador-Itaparica é parte de um projeto indutor de desenvolvimento econômico e social, que é o Sistema Viário Oeste (SVO), cujo objetivo é criar um novo dinamismo no eixo litorâneo sul, permitindo o surgimento de um novo polo industrial e logístico na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ancorado por investimentos já em curso (estaleiros em São Roque do Paraguaçu) ou projetados (nova retroárea do porto de Salvador).
CRONOGRAMA
O calendário de atividades prevê, para o primeiro semestre deste ano, a contratação da consultoria para elaboração dos estudos técnicos, os quais englobam a estratégia de desenvolvimento socioeconômico da região do Recôncavo, modelagem econômico-financeira da concessão da ponte, plano de desenvolvimento imobiliário ordenado e estudos preliminares de engenharia.
Também no primeiro semestre de 2013 serão feitas as interações e articulações com partes interessadas, incluindo os municípios envolvidos. “Como a construção da ponte está inserida em um programa de desenvolvimento regional, a meta é integrar a expansão urbana com a intensificação do fluxo comercial, seja de cargas ou passageiros, viabilizando, portanto, uma redefinição completa dos municípios de Salvador, Itaparica, Vera Cruz e Jaguaripe. Por isso, ao longo deste ano, promoveremos uma ampla discussão com estes municípios”, pontua Gabrielli.
Para o segundo semestre de 2013 está prevista a definição da estratégia de desenvolvimento socioeconômico do Recôncavo, bem como a definição das diretrizes regulatórias para o projeto.
Já para o primeiro semestre de 2014, estão programadas consultas públicas, lançamento do programa e iniciativas para o desenvolvimento socioeconômico da região, além da publicação do edital para a concessão da ponte.
Deixe seu comentário