Geddel assume PMDB e infla candidatura

Rita Conrado –

  • Geddel (à esquerda), ao lado do irmão Lúcio, reafirmou a intenção de tirar o PT do poder na Bahia

A convenção estadual do PMDB, realizada no Centro Cultural da Câmara de Salvador, confirmou nesta sexta-feira, 24, o ex-ministro Geddel Vieira Lima como presidente do partido na Bahia.

O evento, que reuniu as principais lideranças da oposição na capital e interior do Estado, mostrou a possibilidade de a oposição definir uma candidatura única para o governo do Estado em 2014.

A chance de que isso aconteça foi a base do discurso dos peemedebistas, que têm o ex-ministro como o candidato do partido. A presença do prefeito ACM Neto (DEM), segundo Geddel, significa que esse projeto alternativo tem chances reais de sucesso, embora garanta que não será obstáculo para qualquer outro nome definido pelo conjunto da oposição.

Cautela

Mas o prefeito mostrou cautela ao falar de eleições. “Reafirmo a parceria entre o Democratas e o PMDB, mas acho precipitado falar em 2014”, ressaltou. Neto concentrou o seu discurso na participação do PMDB na sua administração, no apoio do partido ao seu nome no 2º turno das eleições e na atuação de Geddel em Salvador quando ministro da Integração Nacional.

Além de Neto, esteve presente o ex-governador Paulo Souto (DEM), assim como lideranças do Democratas na Assembleia Legislativa e do PSDB, PPS, PV, PTN, PRT e PR, da capital e do interior.

Como presidente estadual do partido, Geddel Vieira Lima, atual vice-presidente da Caixa Econômica Federal, embora pleiteie a candidatura ao governo, poderá aparecer nos comerciais do partido sem caracterizar propaganda antecipada. Mas ele afirma que essa não é uma estratégia de campanha.

“Ao voltar para a presidência, retomo uma caminhada. Pretendo reestruturar o partido no interior e construir uma candidatura forte para o governo do Estado”, assinalou, ressaltando que a Bahia precisa de liderança e mais efetividade na viabilização de projetos. “A propaganda do governo não traduz a realidade”, afirmou.

Para o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), que deixa o cargo de presidente estadual do partido, o discurso contraditório do PT será o principal adversário do governo nas eleições de 2014. “Com dois anos de antecedência, digo que a oposição marchará unida e o objetivo é tirar o PT do governo”, afirmou, ressaltando que a legenda mantém, não oficialmente, o diálogo com todos os partidos.

O PMDB também pretende capitalizar a insatisfação dos servidores públicos com o reajuste de 5,84% dado pelo governador Jaques Wagner (PT). “Quando não era governo, o PT defendia o ganho real nos salários e não apenas a reposição salarial”, diz, sinalizando a direção da campanha eleitoral, que também pautará a falta de planejamento para enfrentar a seca e a segurança pública, além da perda de investimentos para outros estados do Nordeste.

Contradições

“Falta voz ativa para defender a Bahia, como o Rio de Janeiro teve com o governador Sérgio Cabral no episódio dos royalties do petróleo”, observou. Para Lúcio, a oposição unida pode repetir o sucesso obtido nas eleições de Salvador e Feira de Santana. Entre as “contradições petistas” a serem exploradas na campanha também estão as alianças firmadas pelo governo.

“Estão na base do governo os que eles chamavam, pejorativamente, de “carlistas históricos”, diz. O mensalão continua na pauta da oposição, assim como a gestão petista na Secretaria Municipal da Saúde na época do assassinato do servidor Neylton.