Governador Wagner afirma em entrevista à revista Época, que; “a greve da polícia não pode ser pacífica, porque entrega o Estado aos bandidos”,

‘Greve da polícia não pode ser pacífica, porque entrega o Estado aos bandidos’, diz Wagner

 

  
'Greve da polícia não pode ser pacífica, porque entrega o Estado aos bandidos', diz Wagner

Fotos: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O governador Jaques Wagner admitiu, em entrevista à revista Época desta semana, que “queria ter avançado mais na segurança”, na avaliação aos seus dois mandatos à frente do Executivo baiano. Ele diz que o problema da violência é nacional e cobrou políticas federais para coibir a entrada de drogas no país, responsável, segundo ele, por 75% dos homicídios no estado. O petista comentou o crescimento na taxa de crimes contra a vida, de 24,8 por 100 mil habitantes, em 2007, para 38,5 por 100 mil, em 2012. “No ano passado, pela primeira vez em duas décadas, houve uma inflexão na curva de crescimento dos homicídios dolosos. Tivemos uma queda de 7,8%. Hoje, temos uma estrutura de segurança mais profissional. Temos prêmio por desempenho policial, contratamos 14 mil homens, a frota da PM foi renovada e os policiais tiveram um aumento salarial de 60% acima da inflação”, considerou. Apesar dos chamados “avanços” na estrutura da Polícia Militar, Wagner reconheceu precisar “melhorar mais”, ao justificar as duas greves da PM (2012 e 2014) enfrentadas pelo seu governo. “Há uma série de vícios na administração, e também existem erros de relacionamento. É uma questão que depende de regulamentação nacional. Defendo que a Polícia Militar, como linha auxiliar das Forças Armadas, não tem direito de abandonar a população a sua própria sorte. Portanto, não existe a figura da greve na PM. Não adianta falar que houve greve pacífica. A greve da polícia não pode ser pacífica, porque entrega o Estado aos bandidos”, argumentou.

O governador também comentou o movimento do “Volta, Lula” até mesmo no PT e classificou a queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff, de quem será coordenador local da campanha à reeleição, como “fotografia do momento”. Na sua opinião, o movimento não reflete uma desagregação entre os petistas. “Revela que o PT sempre será um partido de grande diversidade. Também temos de admitir que o contexto atual é adverso. Depois dos protestos do ano passado, o povo está mais rigoroso no julgamento da classe política. Todos os políticos foram rebaixados. Quem era avaliado como excelente passou a ser visto como bom, e daí para baixo. Quem está no exercício do mandato perdeu crédito. A sociedade despertou para seu poder. Desconfia e cobra mais dos políticos. Talvez Lula seja a exceção. Ele é uma referência no imaginário popular. Por isso, muitos pedem sua volta. O ‘Volta, Lula’ é natural, mas não é bom para a política. O Brasil é uma democracia grande demais para ficar refém de um único nome. Esse movimento é ruim para Lula. Ele saiu do governo com 80% de aprovação. Não tem sentido pegar esse patrimônio e botar em teste, a não ser em uma situação de absoluta desarrumação, e não é o caso. Definitivamente, a página do ‘Volta, Lula’ foi virada”, aposta. Sobre a participação do seu secretário de Planejamento nas denúncias contra o período da sua gestão à frente da Petrobras, alvo de CPI no Congresso, Jaques Wagner voltou a defender a inocência e a permanência de José Sérgio Gabrielli em sua equipe. “A chance de o Gabrielli ter culpa no cartório é zero. Ele disse que quer ficar no meu governo até o fim”, declarou.