Desde Outubro de 2015 vem ocorrendo na região Nordeste um aumento expressivo no numero de casos de microcefalia e até então não se sabia a causa deste evento. Após levantamento epidemiológico do ministério da saúde foi possível identificar uma relação causal com o vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypt, sendo este evento incomum e inesperado. Até então este evento não possuía este padrão de epidemia, assim cuidados extremos devem ser tomados e novas orientações para a atenção a saúde das mulheres e assistência aos casos de microcefalia foram elaboradas, tendo em vista que a microcefalia impacta a qualidade de vida das crianças e famílias, além de provocar um aumento na mortalidade infantil. As manifestações clínicas da infecção pelo zika vírus são: febre baixa, manchas no corpo, dor nas articulações e músculos, dor de cabeça, conjuntivite, tosse seca e eventualmente vômitos. Porém apenas 20% dos infectados apresentam sintomas, sendo então a maioria dos infectados assintomáticos. A infecção pelo Zika vírus afeta pessoas de todas as idades e ambos os sexos. Normalmente autolimitadas e não vinha sendo associada a complicações. A microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. É caracterizada por um perímetro cefálico inferior ao esperado para idade e sexo. Normalmente as crianças com microcefalia apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Nesse contexto é importante que as mulheres ou casais que desejam engravidar recebam as orientações necessárias sobre a prevenção da infecção pelo vírus zika: combate ao vetor (o mosquito Aedes Aegypti), prevenção a picada de insetos, utilização de telas em janelas e portas, uso continuo de roupas compridas (calças e blusas) e uso de repelentes em áreas expostas. Toda mulher com suspeita de gravidez deve procurar o posto de saúde para realizar o teste rápido de gravidez para diagnóstico precoce e iniciar o pré-natal ate a 12º semana de gestação visando as intervenções preventivas já preconizadas pelo ministério da saúde, assim, a ultrassom obstétrica deve ser realizada preferencialmente no primeiro trimestre de gravidez.
Orientações a população sobre ações de prevenção e controle:-Evitar horários e lugares com presença de mosquitos
– Utilizar continuamente roupas que protejam partes expostas do corpo, como braços e pernas.
-Eliminar possíveis criadouros do mosquito, limpar os terrenos, descartar apropriadamente o lixo
-Consultar o profissional de saúde sobre o uso de repelente
-Colocar telas em portas e janelas, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis
-Procurar profissional de saúde caso apresente sinais e sintomas da infecção pelo zika vírus
A rotina/atenção ao parto e nascimento não deve ser modificada em razão da suspeita ou confirmação de infecção pelo Zica vírus ou microcefalia. O cuidado deve ser prestado conforme diretrizes de boas praticas de atenção ao parto e nascimento, garantindo assim o bem estar materno-fetal.
Todos os bebes com microcefalia devem manter as consultas de puericultura na atenção básica associado a estimulação precoce em centros especializados.
O aleitamento materno deve ser continuado mesmo após a confirmação da infecção pelo Zika vírus.
É importante salientar que não existe tratamento especifico para infecção pelo vírus Zika e nem mesmo para a microcefalia, porem existem outras causas de microcefalia que tem tratamento, como por exemplo toxoplasmose e citomegalovirus.
Assim em todos os casos confirmados de microcefalia é iniciado o processo de investigação laboratorial da mãe e do bebe associado a exames de imagem (USG transfontanela ou Tomografia Computadorizada de crânio sem contraste).
Toda essa avaliação complementar pode ser agendada e feita ambulatorialmente, não devendo adiar a alta hospitalar apenas para a realização dos exames.
Após a alta hospitalar o bebe deve ser encaminhado para puericultura na atenção básica e para estimulação precoce em serviço de reabilitação por fisioterapeutas e fonoaudiólogos até os 3 anos de idade.
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