O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu ontem, em evento com professores em São Paulo, a reformulação total do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. “O Enem tem que ser refeito, tudo. Porque a utilização política, propagandística, acabou arruinando o Enem. Já nem falo do uso eleitoral disso, de correspondências aproveitadas com dados cadastrais do Enem, mas digo a substância mesmo, a falta de planejamento”, afirmou o tucano em entrevista.
O exame, criado ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, em 1998, avalia o desempenho de estudantes das redes pública e privada que concluíram o ensino médio no ano da prova ou em anos anteriores. Hoje já substitui o vestibular em cerca de 92 mil vagas de universidades federais. Em 2009, após reformulação do exame pelo governo Lula, a prova do Enem foi furtada após ser impressa. O vazamento das questões causou o adiamento do exame.
Em agosto deste ano, dados pessoais de inscritos vazaram na internet. Em discurso de cerca de meia hora, o ex-governador de São Paulo fez referência ao vazamento cadastral ao classificar o Enem como “sintese da desmoralização” do ensino médio no país. “Hoje isso acabou virando instrumento de perigo para estudantes universitários que tiveram o cadastro de suas vidas exposto à manipulação de bandidos”, disse Serra, que defendeu uma “reforma estrutural” no ensino médio. “É obsoleto, ineficiente, custoso e cruel com a juventude, porque não lhe abre portas para o futuro”, disse.
MEC REBATE – Em nota, o Ministério da Educação classificou as declarações de Serra como “levianas” e disse que o candidato “partidariza” o debate sobre o Enem, descrito pelo MEC como parte de um “sistema democrático de acesso à educação superior pública de qualidade”.
“O novo Enem foi elogiado por parlamentares de diversos partidos, inclusive do PSDB, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal. É lastimável que o candidato agora se valha de um crime cometido contra o estado e apurado pela Polícia Federal para partidarizar o debate sobre educação”, diz a nota do ministério.
Fonte Tribuna da Bahia
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