O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, prometeu ontem, em Jundiaí, interior de São Paulo, mais que duplicar os investimentos no programa Bolsa Família. A meta do tucano é expandir o programa para mais 15 milhões de famílias. “Qual é a nossa meta? É partir para a erradicação da pobreza de todas as famílias abaixo da linha da pobreza”, disse. O Bolsa Família atende atualmente cerca de 12,6 milhões de famílias e, com a promessa do tucano, chegaria a 27,6. “Temos no Brasil, abaixo da linha da pobreza, 15 milhões de famílias com renda per capita familiar de até meio salário mínimo. O Bolsa Família não cobre isso”.
O candidato do PSDB aproveitou para criticar a tributação sobre saneamento básico no país e usou o estado de São Paulo como modelo de desoneração de tributos. “A minha proposta, que eu fiz em 2007 para o presidente Lula, era retirar o PIS/Cofins sobre saneamento para poder ser este montante investido em saneamento a fundo perdido pelo Brasil afora. O déficit brasileiro de saneamento é imenso”, disse Serra. “O Brasil tem um nível de atraso nessa matéria (saneamento) imenso, que não se resolve com discurso. Se resolve com providências concretas, e essa é uma. Poderia ter sido adotada em 2007, bem ou mal já teriam sido investidos R$ 8 bilhões a mais, um dinheiro que se pulveriza. Não tem cabimento.”
O tucano alfinetou os petistas mais uma vez ao dizer que achou “incrível” a candidata do PT, Dilma Rousseff, ter dito que assinou o programa de governo sem rever. “Você não assina um programa assim sem dar uma olhada naquilo que tem. Na verdade, eu acho que o propósito era entregar aquele mesmo. Não foi entregue outra versão. Demorou muito. Foi entregue uma versão trabalhada para tirar essas coisas mais polêmicas que são autenticamente ideias do PT”, afirmou Serra.
ATAQUE – Com a agenda ontem focada no eleitor paulista, a candidata do PT, Dilma Rousseff, aproveitou o lançamento de sua campanha no centro de São Paulo para criticar os 16 anos de governo do PSDB no estado. Numa clara estratégia de ataque à hegemonia tucana, Dilma afirmou que os programas de transferência de renda diminuíram em São Paulo. “Me comprometo em ter um programa de saúde pública e de combate ao crime organizado”, disse, atenta a duas das principais bandeiras do tucano.
A petista alfinetou Serra, criticado até por aliados por centralizar todas as decisões de seus mandatos, ao admitir que “não sabe de tudo” e que “não é presunçosa”. A petista ainda ironizou o slogan da campanha adversária, de que “o Brasil pode mais”. “Eles dizem que podem fazer mais. Como? Quando eles estiveram no governo, diziam que iam fazer mais e fizeram menos”, atacou.
Usando uma flor vermelha no lado direito do cabelo, a candidata petista chegou à Praça da Sé por volta das 13 horas, acompanhada de seu candidato a vice, Michel Temer, e do ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que concorre ao governo baiano pelo PMDB. O presidente da Câmara dos Deputados disse à militância: “Olho isso aqui e me lembro do comício das Diretas Já”. Já o peemedebista baiano não subiu no carro de som para discursar.
Marina – A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, ironizou ontem a disputa de seus adversários José Serra e Dilma Rousseff pela manutenção do programa Bolsa Família. Ela afirmou que vê o debate como uma insegurança dos rivais e insinuou que eles só se preocupam com o assunto no período de campanha.
“Eu vejo como uma insegurança. Quando se tem compromisso visceral com o combate à pobreza, como teve o presidente Lula e como eu tenho, você não precisa fazer concorrência para mostrar quem é mais comprometido com os pobres. O compromisso com o combate à pobreza é algo que se tem no DNA.
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