A
convite da Clínica Sonnar, médicos, professores e estudantes de
Medicina estiveram reunidos no auditório da Casa do Médico, na última
sexta-feira, 04, para discutir as principais questões em torno da
Endometriose Profunda.
Para falar sobre a doença que atinge
milhões de mulheres no mundo, a Sonnar trouxe de Salvador, os
conceituados médicos Dr. Carlos Lino e Dr. Kléber Chagas, membros da
Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) e principais estudiosos do
assunto na Bahia.
Segundo Dr. Kléber Chagas, o principal
objetivo do evento é divulgar a doença que é relativamente nova de
diagnóstico, mas que já existe desde o século 19, através de técnicas
avançadas e ultrassom especializada para esse tipo de investigação.
“A doença profunda leva sete a dez anos
para se instalar, então, vai depender muito da idade menstrual, assim,
as adolescentes que apresentam cólicas menstruais progressivas devem
ser chamadas a atenção, porque seguramente, elas podem vir a
desenvolver a doença profunda”, alerta o médico sobre a relevância do
diagnóstico precoce da doença.
Para Dr. Carlos Lino outro fator importante em relação à endometriose é a questão da infertilidade entre as mulheres. “A endometriose tem como consequências básicas à dor pélvica em variadas intensidades e o comprometimento da fertilidade. Ao mudar a arquitetura pélvica, se compromete muito a fertilidade dificultando a gravidez”, esclarece.
Durante o evento, os especialistas
abordaram ainda, através de imagens por meio de tomografias, fotos e
vídeos de cirurgias, casos avançados da doença, a fim de mostrar ao
público a importância de um diagnóstico precoce e preciso, bem como, um
tratamento adequado, seja com terapia auxiliar como a acupuntura e
fisioterapia ou tratamento cirúrgico especializado.
Conforme Dr. Carlos Lino, “o tratamento
ideal é aquele que deixa a mulher com boa qualidade de vida, mantendo-a
sem dor e principalmente, que possa preservar a fertilidade.” O
especialista acrescenta: “Em alguns casos, o tratamento é clínico com
bloqueio hormonal e em outras situações é clínico e cirúrgico,
concomitantemente.
De acordo com a ultrassonografista
Lúcia Viera Melo dos Anjos eventos como este é muito importante para a
comunidade médica por se atualizar com especialistas de nível.
“Obtivemos informações com pessoas que lidam no dia-a-dia com este tipo
de patologia, assim, pudemos discutir sobre a doença ampliando nossa
abordagem sobre o diagnóstico, além de proporcionar um melhor
atendimento as pacientes ”.
A DOENÇA – O
endométrio é a camada de tecido composto por glândulas e estroma, que
recobre internamente a cavidade do útero, sendo responsável pela
menstruação quando descama ao final de um ciclo menstrual. A
endometriose é uma importante doença ginecológica caracterizada pela
presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, ou seja, em
qualquer outro lugar do corpo.
De acordo com especialistas, nas
últimas décadas, a endometriose vem se tornando um problema de saúde
publica. Por motivos ainda desconhecidos, tanto a incidência quanto a
agressividade da doença vêm aumentando assustadoramente. Entretanto,
estudos apontam que, o estilo de vida da mulher moderna, provavelmente
aliado a fatores ambientais são a causa deste fenômeno.
Acredita-se que, atualmente, no Brasil,
cerca de seis milhões de mulheres tenham a doença. Muitas vezes
silenciosa e de diagnóstico tardio, a endometriose pode levar a
sequelas como infertilidade e à dor pélvica crônica.
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