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Num instante em que José Serra e o seu PSDB manuseiam panos quentes, o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), levou as mãos ao galão de gasolina.
Filho de Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM, Paulinho, como o deputado é chamado por seus pares, saiu em defesa do vice de Serra.
Fez mais: reiterou os ataques que o colega Índio da Costa (DEM-RJ) dirigira ao PT. E lançou dúvidas sobre os pendores democráticos de Dilma Rousseff.
Paulo Bornhausen manifestou-se por meio de seu microblog. Ele ratificou a vinculação que Índio fizera entre o PT, a guerrilha colombiana e o tráfico de drogas.
Anotou: O “vice Índio falou o que todos já sabem: o PT tem ligações umbilicais com as Farc, que, por sua vez, vive do narcotráfico. O que falta é a Justiça agir!”
Noutra nota, Bornhausen fez uma analogia entre o petismo, a candidata de Lula e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Escreveu: “O PT e Dilma odeiam o tal ‘Estado de Direito’. Gostam mesmo é do controle social da mídia e de coibir os órgãos fiscalizadores. Xô, chavismo!”
Mais adiante, retomou a linha inaugurada por Índio. Disse que, além de ser “aliado das Farc”, o PT acolheu um membro da guerrilha no Brasil.
Recordou: “Deu asilo ao Olivério Medina, porta-voz das Farc, e empregou a mulher dele no Planalto”.
Acrescentou: “A turma da patrulha petista está a todo vapor. O medo de perder a boquinha é grande. Não adianta chorar. Serra/Indio: o Brasil pode mais!”
Curiosamente, o timbre empregado por Bornhausen destoa até do tom moderado que Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, decidiu empregar.
“Não dá para cravar que o PT tenha relação com as Farc”, disse Rodrigo. O pai dele, Cesar Maia, ex-prefeito do Rio e mentor de Índio, também optou pela moderação.
Em vez de endossar as declarações de Índio, Cesar Maia preferiu interpretar as acusações do pupilo, atenuando-as: “Creio que ele queria ter dito ‘pessoas do PT’…”
“…O PT como partido –e pela sua diversidade, especialmente pela hegemonia do sindicalismo— não tem essa ligação” com as Farc e o narcotráfico.
José Serra evitou desaprovar Índio em público. Numa aparição que fez neste domingo (18), foi crivado de perguntas sobre o tema. Abespinhado, silenciou.
Em privado, porém, Serra considerou inadequadas as declarações de seu vice. Avaliou que destoaram do discurso que pretende esgrimir na campanha.
Para desassossego do tucanato, as palavras ácidas de Paulo Bornhausen foram à web no momento em que Serra se prepara para visitar o Estado dele, Santa Catarina.
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