Brahms e Stravinsky já receberam o mesmo título da Royal Philharmonic Society (RPS), prestigiada instituição criada em 1813 na Inglaterra, responsável pela encomenda da 9ª Sinfonia de Beethoven. Agora, pela primeira vez, um brasileiro está na lista dos grandes nomes pelo reconhecimento dos serviços prestados à música: o pianista e maestro conquistense Ricardo Castro.
O maestro foi recebido na sede da instituição em Londres nesta terça, 14, por conta do seu trabalho à frente do Programa NEOJIBA, do qual é diretor artístico e fundador. Além do baiano, a nomeação de Membro Honorário foi concedida a outras quatro personalidades pelo apoio a jovens músicos em diversos lugares do mundo: Armand Diangienda (Congo), Dr Ahmad Sarmast (Afeganistão), Rosemary Nalden (Inglaterra/África do Sul) e Aaron P. Dworkin (EUA).
O Honorary Membership da Royal Philharmonic foi concedido pela primeira vez em 1826 e contém em seu histórico apenas 130 membros, entre eles grandes nomes da música clássica como Mendelssohn (1829), Rossini (1839), Berlioz (1859), Wagner (1860), Brahms (1882), Clara Schumann (1887), Stravinsky (1921), Aaron Copland (1970), Paul Sacher (1991) e Evelyn Barbirolli (2001).
“Em 1993 eu ganhei o Leeds International Piano Competition, que me deixou muito feliz, mas eu não me senti completo por ganhar uma competição enquanto outras tantas pessoas haviam perdido. Hoje, 20 anos depois, eu volto a Londres para receber o primeiro prêmio que realmente me dá uma satisfação e me enche de alegria. Ele não é um prêmio meu, ele é nosso. Ele é das crianças, dos jovens, do brilho que o NEOJIBA tem”, declarou Ricardo Castro, após receber o prêmio. “Hoje a minha personalidade e o NEOJIBA são uma coisa só. Venho à Inglaterra cheio de felicidade representando esses jovens”, afirmou o maestro que está à frente do projeto desde 2007.
Nestes anos de atividade, o NEOJIBA criou cinco núcleos orquestrais e realizou apresentações internacionais em países como Inglaterra, Portugal, Alemanha e Suíça, além de concertos com diversos músicos e instrumentistas mundialmente renomados, como o pianista chinês Lang Lang e a pianista Maria João Pires.
Ricardo Castro – Nascido em Vitória da Conquista, Ricardo Castro é o criador e diretor fundador do NEOJIBA. Estabeleceu-se na Europa desde 1984, onde estudou piano com Maria Tipo e Dominique Merlet e regência com Arpad Gerecz. Premiado no Concurso da ARD de Munique em 1987 e Geza Anda de Zurique, em 1988, foi elevado à categoria de pianista de renome internacional ao receber o primeiro lugar no Leeds International Piano Competition na Inglaterra, e 1993. Ricardo Castro começou a tocar piano com três anos de idade e iniciou seus estudos musicais aos 5 anos com Esther Cardoso na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, uma admissão extraordinária dada sua terna idade.
Três anos depois fez sua estreia em um recital solo, e com apenas 10 anos tocou como solista com a Orquestra Sinfônica da UFBa. Seu percurso inclui apresentações nas mais prestigiadas salas de concerto do mundo como Cocertgebouw de Amsterdam, Musikverein de Viena, Theatre de Champs Elysées de Paris e com renomadas orquestras, tais como a Gewandhaus Leipzig, BBC London Symphony, English Chamber Orchestra, Orquestra Nacional Filarmônica de Varsóvia, Orchestre de La Suisse Romande e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Ricardo Castro leciona desde 1992 na classe de mestrado da Haute École de Musique de Lausanne, na Suiça e desde 2005 dedica-se com obstinação às atividades de integração e desenvolvimento social, criando oportunidades inéditas para jovens e crianças brasileiras. Em 2011, Ricardo Castro recebeu o “Prêmio Bravo! Personalidade Cultural do Ano”, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido com o NEOJIBA, e em 2012 recebeu o título de cidadão soteropolitano.
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