Cerca de 600 médicos baianos, peritos do INSS, vão paralisar na próxima terça-feira (13). Em consequência, aproximadamente, 12 mil segurados deixarão de ser atendidos em todo o estado. A categoria quer segurança e condições dignas, jornada e remuneração justas e o respeito com os trabalhadores, médicos e segurados do país.
Vestidos de preto, os profissionais farão uma manifestação às 9 horas no INSS do Comércio, quando entregarão à gerência do instituto um documento que relata os graves problemas enfrentados cotidianamente nos postos de trabalho, dentre estes até ameaças de morte, e as mulheres são as maiores vítimas.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, afirma que “o paradigma disto é que a previdência construiu um processo onde colocou dois trabalhadores frente a frente: os médicos que estão na condição de aplicar o nexo técnico previdenciário (benefício de auxilio doença) e o segurado com os direitos que lhes é assistido”.
Para o sindicalista é preciso debate para mudar esta situação, que se arrasta por vários anos com resultado nada satisfatório, ou seja, segurados entram em choque com os médicos. “Em minha opinião, nós precisamos é estabelecer que a meta seja de cima para baixo, e o perito fica na condição de aplicar esta meta. Estamos vivendo este paradigma da previdência e as coisas precisam ser mudadas”.
Magalhães disse que a classe pretende apresentar vídeos, às 10 horas, para a gerência da instituição com depoimentos de colegas. “Os depoimentos são arrepiantes, com casos de agressões físicas dentro dos postos do INSS, com segurados quebrando equipamentos dentro dos consultórios e até ameaças de morte”, lamentou.
Segundo ele, as mulheres – 90% da equipe de médicos peritos é formada por mulheres – são as mais atingidas. Inclusive algumas das profissionais sofrem abordagens ameaçadoras até mesmo fora do local de trabalho, quando vão ao supermercado, por exemplo.
“A sociedade precisa se posicionar, a previdência deve ser discutida”, afirmou o presidente do Sindimed. Ele disse que um dossiê com relatos e fotos de ocorrências foi entregue aos Ministérios Públicos do Trabalho e Federal, à Superintendência do INSS e à Procuradoria da República e também será encaminhado à Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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