Comissão vai analisar as circunstâncias da morte de Teixeira, ex-reitor da UnB e que foi cassado pelo golpe militar de 1964
Da Redação
A morte do educador baiano de Caetité Anísio Teixeira em 1971, no Rio de Janeiro, é tema de uma audiência pública que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e a Comissão da Verdade da Universidade de Brasília (UnB) promovem amanhã, em Brasília.
As duas comissões vão analisar as circunstâncias da morte de Teixeira, ex-reitor da UnB e considerado um dos maiores educadores do país, que foi cassado pelo golpe militar de 1964.
Devem participar da audiência o coordenador da CNV, Cláudio Fonteles, e os demais membros da comissão. A ideia é sensibilizar a sociedade em busca da verdade sobre os impactos do regime militar na educação do país.
A estimativa é que, apenas entre estudantes e professores universitários, cerca de 300 pessoas morreram ou desapareceram durante a ditadura (1964-1985), além daqueles que foram monitorados e perseguidos. Reitores de 81 universidades contribuem com as investigações sobre o tema.
Babi Teixeira, filha do educador, entregará às comissões um dossiê inédito sobre as circunstâncias da morte do pai e as perseguições que ele sofreu durante a ditadura. Segundo Babi, o documento reúne depoimentos de parentes e amigos de Teixeira.
Na audiência pública estarão presentes também Carlos Teixeira, filho do educador, e o professor de engenharia João Augusto da Rocha, da Universidade Federal da Bahia, autor do livro Anísio em Movimento, que tem colaboração de Afrânio Coutinho, Antonio Houaiss, Artur da Távola, Darcy Ribeiro, Luís Filipe Perret Serpa, Florestan Fernandes, Luís Henrique Dias Tavares e Tales de Azevedo.
Nos anos de 1960, Anísio projetou, em parceria com Darcy Ribeiro, a Universidade de Brasília, fundada em 1961. Foi reitor da UnB em 1963 e, em 1964, foi cassado pela ditadura.
Em março de 1971, seu corpo foi encontrado no fosso do elevador do prédio do amigo Aurélio Buarque de Holanda. A versão oficial é que Teixeira foi vítima de um acidente.
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