Jutahy Magalhães Jr. agora vai se dedicar exclusivamente à campanha à senatoria após meses de imbróglio sobre a formação da chapa majoritária de Zé Ronaldo
Por Osvaldo Lyra
O deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) agora vai se dedicar exclusivamente à campanha à senatoria após meses de imbróglio sobre a formação da chapa majoritária de Zé Ronaldo (DEM), candidato ao governo da Bahia. E o tucano se mostra confiante no possível bom desempenho eleitoral do grupo oposicionista nas urnas, apesar da força do grupo liderado pelo governador Rui Costa (PT). “Não existe campanha ganha antes da eleição”, pontua, em entrevista à Tribuna. Para ele, o primeiro debate dos postulantes na TV Bandeirantes, realizado na semana passada, demonstrou isso. “O governador Rui Costa ficou nervoso diante do questionamento sobre os problemas graves que a Bahia enfrenta em questões de atribuição exclusiva do governo do Estado. A questão da segurança pública, da saúde e da educação. Questões que, nos indicadores baianos, são muito frágeis”, alfineta. O parlamentar minimiza os problemas que enfrentou nos últimos dias com o candidato Irmão Lázaro (PSC), que praticamente forçou o grupo carlista a alçá-lo como postulante à senatoria. “Olho sempre para a frente. Se eu fosse ficar remoendo cada episódio que ocorreu, a única coisa que posso dizer é que meu coração está muito bom. Porque a quantidade de surpresas que tive nessa campanha, eu sublimei. Disse que não iria me preocupar com nada disso e fazer minha campanha. Se eu fosse me sobressaltar com cada surpresa que tive na campanha, teria tido um infarto”. Ainda na entrevista, Jutahy analisa o cenário político nacional e afirma acreditar na ida do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) ao segundo turno juntamente com algum candidato do PT. “Não tenho certeza se o Bolsonaro estará lá”, analisa.
Tribuna da Bahia – Após muito esforço para montar a chapa da oposição, agora a campanha está iniciada. Como o senhor avalia a fase atual da disputa?
Jutahy Magalhães Júnior – Estou muito otimista e tenho uma visão muito diferente do conjunto do mundo político. Eu não acredito que essa eleição seja de chapa. Acho que cada eleitor vai formar a sua própria chapa. Tenho uma casa com seis pessoas e nenhuma das seis vai votar na mesma chapa. Cada um vai escolher o seu candidato a presidente, a governador, a senadores e deputados federal e estadual. Cada um vai escolher baseado nas suas convicções, amizades, currículo do candidato. Eu tenho uma posição que todo mundo conhece: voto em Geraldo Alckmin para presidente e em Zé Ronaldo para governador. Mas eu vou ter um mundo de votos em minha chapa que vai ter votos diferentes para governador e presidente. Todos os tipos de combinações para o Senado. Acho que vai ser a realidade dessa campanha.
Tribuna – O senhor acha que essa pulverização vai resultar em uma eleição diferente das tradicionais aqui da Bahia?
Jutahy – Acho que sim. Acho que temos uma realidade nova, que é a mídia social, o WhatsApp, Instagram, Facebook… Você vai ter uma campanha virtual muito forte. E você tem um ambiente em que as candidaturas são mais vinculadas a personalidades do que a coligações, muito menos partidos políticos.
Tribuna – Irmão Lázaro e o PSC lutaram muito para se viabilizar na chapa ao Senado. Como o senhor avalia todo esse processo?
Jutahy – Vou dizer com muita sinceridade: fiz uma estratégia baseada na minha convicção de que era muito importante para mim demonstrar à sociedade que eu era uma candidatura viável, que tinha apoios importantes. Cada candidato vai ter que mostrar sua história, suas experiências. Eu tenho 40 anos de vida pública. Sou ficha limpa. Tenho 40 anos de vida limpa. Então, o que eu quis fazer nessa campanha? Demonstrar que tinha o apoio da Bahia inteira. Digo isso com a maior tranquilidade. Tenho o apoio individual mais importante do nosso campo, que é o ACM Neto. E sempre fiz a estratégia de ficar claro que eu era o candidato preferencial do nosso campo político. Procurei isso. E, também, demonstrei aos nossos aliados, principalmente deputados federais e estaduais, que estava à disposição para encontrar um caminho que fortalecesse a nossa chapa para governador e deputados. Então, disse naquele momento que não teria nenhuma dificuldade do Lázaro ser candidato a senador, contanto que isso seja útil para a eleição proporcional.
Tribuna – Agora surgiu um problema na formação das chapinhas. O PSC foi um dos partidos que quebraram o acordo que havia sido colocado…
Jutahy – O que eu sempre disse e continuo dizendo, eu faço política baseada em valores e princípios. E entre esses princípios estão falar a verdade e honrar a palavra. Da minha parte fiz tudo que disse que faria. Nenhuma pessoa do nosso campo político pode dizer no futuro que perdeu a eleição por um gesto da minha parte.
Tribuna – O eleitorado do senhor vai garantir votos para Irmão Lázaro?
Jutahy – Se nós estamos fazendo campanha juntos, a tendência é aumentar o número de votos dessa parceria. Hoje o eleitorado do Lázaro tem como principal parceiro de votos dele outro candidato a senador que não sou eu.
Tribuna – Quem é?
Jutahy – É o Jaques Wagner. Qualquer pesquisa que se faça, a quantidade maior de votos é com Wagner. Essa é uma realidade que eu sempre tive esse conhecimento. Mas acredito que durante o processo eleitoral, quando fizermos campanha juntos teremos uma presença maior no segundo voto. Hoje o segundo voto dele é mais com Wagner do que comigo.
Tribuna – Qual vai ser a principal estratégia da oposição esse ano?
Jutahy – Eu, no meu caso específico, vou fazer uma campanha de senador. Acho que é importante ter uma campanha específica para o Senado. Uma campanha que demonstre a minha experiência como parlamentar, as leis importantes que fiz para o Brasil, como a lei geral da micro e pequena empresa e a proibição da propaganda de cigarro – que me rendeu uma premiação internacional da Organização Mundial de Saúde, por ser o Brasil o país com menos jovens que começam a fumar no mundo. Fui um parlamentar que conseguiu muitos recursos para a Bahia e para os municípios. Então, sou um candidato a senador que tenho experiência para ser uma voz forte em defesa dos municípios e da Bahia.
Fonte – Tribuna da Bahia
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