O tão desejado Ouro é dela, é nosso!

 

Por Chirles Oliveira

Desde cedo, Beatriz treinava inspirada por seu pai que também era judoca, desde então o caminho para o pódio olímpico não foi nada fácil. Treinando incansavelmente, enfrentando adversidades e superando expectativas, ela chegou a Paris carregando não apenas um kimono com a bandeira do Brasil no peito, mas também o sonho de milhões de brasileiros que viam nela uma inspiração. E foi assim que essa garota de 26 anos, que também é 3º Sargento do Exército Brasileiro, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de 2024, e que momento glorioso foi esse!
O dia da final amanheceu com um céu claro, como se o universo já soubesse que algo grandioso estava prestes a acontecer. No tatame, Beatriz enfrentou suas adversárias com a serenidade de quem conhece cada movimento, cada técnica. Seus golpes eram precisos, sua concentração inabalável. A torcida, dividida entre o nervosismo e a euforia, vibrava a cada ippon.
Quando o juiz levantou o braço, indicando a vitória de Beatriz, a arena explodiu em aplausos. Lágrimas de alegria escorreram pelo rosto da campeã, que ergueu os braços em celebração. Era mais do que uma vitória no judô; era a consagração de uma trajetória marcada por perseverança, dedicação e, acima de tudo, competência. Aquela garota negra oriunda de um país onde o preconceito ainda subsiste, tornou-se a primeira mulher brasileira estreante nos Jogos a ser campeã olímpica em provas individuais.
Beatriz Souza trouxe a honra da primeira medalha de ouro para o Brasil, e isso não passará despercebido, jamais será esquecido. Em um país onde as desigualdades ainda são uma realidade, sua conquista é um símbolo de resistência e de quebra de barreiras. Ela mostrou que o talento não tem cor e que sua vitória representa a vitória de milhares de brasileiras que vencem seus desafios a cada dia, ainda que no anonimato.
Em nome de todas as mulheres do Brasil, gratidão Bia!

Conheça um pouco da escritora – Chirles Oliveira

 

Chirles Oliveira reside em Vitória da Conquista- Ba. É bacharela em Direito pela UESB, licenciada em Letras/Inglês e em Filosofia. É poetisa e escritora. Possui o título de Doutor Honoris Causa em literatura outorgado pela Academia de Letras do Brasil-SP, onde ocupa a cadeira 38, integra ainda a academia AILB. Participa em mais de 60 coletâneas de poesias, contos e crônicas, é colunista na Revista Escribas e cronista no site Escritor Brasileiro, possui centenas de textos publicados. Autora dos livros “O Reflexo atual da subjugação feminina”; “Abstrações – Gritos que ecoam da alma”; “Sussurros do coração – Versos que traduzem a alma”; “9 Vidas – Histórias de mulheres e superação”. É ainda corredora nas horas vagas. Orgulha-se em ser mãe e avó.