Agência Estado
Brasília – A oposição protocolou na terça-feira, 2, um requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Ministério dos Transportes no Senado.
Com a adesão de 10 senadores da base aliada, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), obteve as 27 assinaturas necessárias à abertura da investigação, que terá como foco as denúncias de superfaturamento de contratos e cobrança de propina na pasta e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Dias ressalvou que é possível ampliar o objeto da CPI para investigar denúncias em outros ministérios, como a pasta da Agricultura, desde que a ampliação tenha o aval dos 27 subscritores do pedido.
“A CPI é um instrumento normal de investigação, não é só para punir A ou B e absolver os inocentes. O governo demonstrou tanto ímpeto nas demissões, poderia agora nos ajudar nas investigações”, observou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Em contrapartida, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que a CPI “é sempre um instrumento de ação da oposição” e admitiu o prejuízo para o Planalto. “Uma CPI nunca é boa para o governo, apesar de que o governo não temer a CPI”.
Jucá acrescentou, ainda, que vai procurar os senadores da base aliada que assinaram o requerimento, a fim de tentar convencê-los a retirar o apoio à investigação. “A CPI é sempre um beco sem saída”, acrescentou o senador Walter Pinheiro (PT-BA).
O requerimento foi encaminhado à Secretaria Geral da Mesa do Senado, a fim de que as assinaturas sejam conferidas. Em seguida, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem que fazer a leitura do documento durante a sessão plenária.
Na verdade, qualquer senador que esteja interinamente na presidência dos trabalhos pode ler o documento. A partir da leitura, começa a correr o prazo até meia-noite para eventual retirada das assinaturas.
Quatro senadores da base governista foram os últimos a assinar o requerimento: Reditário Cassol (PP-RO), suplente de Ivo Cassol, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), João Durval (PDT-BA) e Zezé Perrela (PDT-MG). No total, assinaram o documento: quatro senadores do PMDB, Sérgio Petecão (PMN-AC), do bloco peemedebista, três do PDT e dois do PP.
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