Vigilância dos órgãos de fiscalização deixa Otto Alencar injuriado, diz blogueiro.
Curiosamente, o vice-governador é responsável, entre outras coisas, pelo caótico sistema ferry-boat que liga Salvador à Ilha de Itaparica.
O vice-governador da Bahia e também secretário de Infraestrutura do estado, Otto Alencar, do PSD, deu uma entrevista ao site “Bahia Notícias” e reclamou que no Brasil se gastaria “mais com órgãos de vigilância do que com investimentos de fato”. O tom, no entanto, não foi de júbilo, como seria esperado de uma autoridade pública, mas, sim, de profundo desgosto, atribuindo aos órgãos de controle dos atos de corrupção o fato de os governantes não realizarem as obras que o povo brasileiro exige e, dentre estas, o Metrô de Salvador.
Curiosamente, o vice-governador (responsável, entre outras coisas, pelo caótico sistema ferry-boat que liga Salvador à Ilha de Itaparica) não citou os casos ESCABROSOS verificados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nesta obra de mais de uma década de construção do sistema metroviário da capital baiana.
Para ajudar o vice-governador a entender por que os órgãos controladores no Brasil têm ficado de orelhas em pé com nossos políticos corruptos, nós vamos dar uma ajudinha:
1) O Banco Mundial, desde 1996, publica o “Relatório Anual Assuntos de Governança” e, por ele, se atribui notas de 0 a 100 aos países pela sua VIGILÂNCIA CONTRA A CORRUPÇÃO. Enquanto países nossos vizinhos, como Uruguai, Costa Rica e Chile (“curiosamente”, os de melhor qualidade de vida na América Latina) têm nota que quase chega a 90, o Brasil obteve em 2006, um ano após o Escândalo do Mensalão, nota 47. Só fomos melhores que a Rússia, um país que recebeu nota 28 e a China, que recebeu nota 31, dois países que você, quando pesquisa como são administrados, FICA VERMELHO DE VERGONHA ALHEIA;
2) Entre 206 países verificados pelo Banco Mundial, o Brasil ficou em centésimo sexto lugar em combate à corrupção;
3) Num estudo feito pela Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “a perda de produtividade provocada por fraudes públicas no Brasil atinge a casa de US$ 3,5 bilhões por ano” (cerca de 8 bilhões de reais). “Da mesma forma que estradas e portos bem estruturados melhoram a produtividade do País, instituições ineficientes diminuem o ganho da nação”, afirma Marcos Fernandes, coordenador da Escola paulista;
4) Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o custo da corrupção no Brasil é muito mais do que supõe a metodologia da Escola de Economia da FGV em S. Paulo e gira entre 41 e 69 bilhões de reais. UM ROMBO MONSTRUOSO, MAIS DO QUE O PIB DE DEZENAS DE PAÍSES.
OS NÚMEROS ACIMA, QUERIDO VICE-GOVERNADOR, SÃO AS-SUS-TA-DO-RES!
Apenas por estes quatro quesitos, poderíamos defender que houvesse UM POLICIAL FEDERAL, 24 horas por dia, atrás de cada vereador, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito, governador e, claro, uns 100 atrás do presidente da República.
E a solução é bem simples: não haverá vigilância da Controladoria da União, tribunais de contas da União, estados e municípios, nem tampouco vigilância do Ministério Público, NA HORA EM QUE SE PARAR DE SUPERFATURAR TANTO. ENFIM, SE PARAREM DE ROUBAR TANTO, as obras fluirão naturalmente. (Os Inimigos do Rei)
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